Para quem devemos torcer, Hilary ou Trump?

Quais impactos a eleição de Hilary ou de Trump pode produzir na política externa e na relação do Brasil e Estados Unidos?
Quais impactos a eleição de Hilary ou de Trump pode produzir na política externa e na relação do Brasil e Estados Unidos?

O processo eleitoral nos EUA chega à reta final, e o que isso tem a ver com o Brasil? Segundo a coordenadora do Curso de Relações Internacionais da Faculdade Santa Marcelina (FASM), Rita do Val, o resultado dessa disputa pela presidência do país mais influente no cenário internacional definirá como será a relação entre as duas nações nos próximos anos. Dependendo do candidato eleito, haverá mudanças.

“A vitória de Hillary Clinton pode significar a continuidade da atual postura norte-americana em relação ao Brasil. Durante o governo de Barack Obama não houve grande avanço nas relações com o Brasil, seja no campo comercial ou em questões como a eliminação da exigência de vistos para brasileiros que queiram entrar nos EUA. No caso de Donald Trump vencer as eleições para a Casa Branca, fazer uma previsão fica mais difícil. É possível que as relações sigam iguais ou que haja alguma mudança no que diz respeito à imigração e ao comércio exterior dos EUA”, analisa Rita.

A especialista ressalta que a questão da mudança da legislação, no sentido de endurecer as regras para punir os chamados imigrantes ilegais é muito forte no discurso de Trump. “E essa é uma questão que afeta muitos brasileiros que vivem nos EUA. O candidato republicano tem  propostas como a deportação de milhões de imigrantes ilegais e a suspensão da imigração de pessoas originárias de determinados países, sentre outras medidas radicais”, afirma.

No aspecto econômico, há certa semelhança entre as propostas dos dois candidatos,que defendem uma política mais protecionista, incluindo com a criação de taxas para impedir a concorrência desleal de países como a China. Mas, vale destacar que, no caso do Brasil, ambos devem dar pouca importância a uma aproximação maior, pois não haveria grandes ganhos com o estreitamento dessa relação.

Economia

De acordo com o coordenador do curso de Ciências Contábeis da FASM, Reginaldo Gonçalves, hoje os EUA são o segundo maior parceiro comercial do Brasil, ficando atrás da China. “A aproximação com a comunidade norte-americana sempre foi em busca de um fortalecimento nos laços, com o objetivo de intensificar negócios e serviços. Isso hoje representa dúvidas pontuais, já que tanto Hillary quanto Trump têm ideias distintas com relação ao protecionismo. Mesmo que aparentemente a empatia seja com a possibilidade da presidência ser ocupada por Hillary, essa situação não representa em nenhum momento qualquer garantia de negócio, já que se percebe dentro do cenário que ambos os candidatos demonstram ter o mesmo alinhamento com relação ao comércio internacional”, enfatiza o professor.

Reginaldo enfatiza que no tocante aos negócios internacionais envolvendo os dois países (Brasil e EUA), a mudança não será significativa, já que a preocupação de ambos não é direcionada para as questões do comércio internacional. “Hillary, a candidata dos Democratas, até apoiou iniciativas relacionadas ao Acordo de Associação Transpacifico (TPP), para que houvesse um fortalecimento envolvendo outros países que têm economias abertas, flexíveis e muito inseridas no comércio mundial. “Para o Brasil, resta muito trabalho nas questões de relacionamento internacional e a busca por iniciativas para explorar outros parceiros comerciais para diminuir a dependência na parceria com a China e Estados Unidos”.

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