Especialista do CEJAM alerta para os riscos do problema, responsável por mais de 26 mil atendimentos via SUS em 2021.
O acompanhamento ginecológico possui um papel fundamental na identificação da doençaUma a cada 10 mulheres no Brasil sofre de endometriose, uma doença silenciosa e dolorosa que pode causar sérias dificuldades à saúde feminina. Dados do Sistema Único de Saúde (SUS) indicam que, em 2021, foram realizados mais de 26,4 mil atendimentos em decorrência da patologia.
No Dia Internacional da Luta contra a Endometriose, lembrado em 07 de maio, o ginecologista e obstetra Dr. Gilberto Nagahama, consultor do Programa Parto Seguro, gerenciado pelo CEJAM – Centro de Estudos e Pesquisas “Dr. João Amorim” -, em parceria com a Secretaria Municipal da Saúde de São Paulo, chama a atenção para o problema e para a importância dos serviços direcionados à mulher na Atenção Primária à Saúde.
A endometriose é uma doença inflamatória causada por células do endométrio, tecido que reveste o útero. Conforme o especialista, elas se desenvolvem fora do útero e agem de forma que, ao invés de serem expelidas durante a menstruação, se movimentam no sentido oposto, caindo nos ovários ou na cavidade abdominal, onde voltam a se multiplicar e a causar sangramentos.
“O acompanhamento ginecológico possui um papel fundamental na identificação da doença, principalmente o exame de toque, essencial para o diagnóstico em casos endometriose profunda. Para a confirmação do caso clínico, exames laboratoriais também podem ser solicitados.”
Sintomas – Segundo Dr. Nagahama, é sempre necessário pensar na possibilidade de diagnóstico de endometriose quando a paciente apresenta sintomas que possam indicar a doença. “É necessário que as mulheres estejam atentas, pois geralmente eles estão relacionados à menstruação.
”Entre os sintomas principais estão dor pélvica, cólica intestinal, que pode estar ou não associada à diarreia e alterações urinárias. O médico afirma que dores durante as relações sexuais também podem ser um indicativo, além das sofridas durante o período menstrual, uma vez que a doença causa uma inflamação da pelve.
Riscos – A endometriose pode trazer danos à saúde feminina, como a dismenorreia — dor pélvica no período menstrual. “Ela pode ter caráter progressivo, podendo gerar um processo inflamatório que leva ao aumento da dor através do estímulo hormonal.”
O Dr. Nagahama também chama a atenção aos riscos da infertilidade em decorrência da doença. “A endometriose é uma das causas importantes deste triste problema. Ela pode comprometer as tubas uterinas. Além disso, alterações hormonais e inflamatórias locais contribuem para o quadro de infertilidade”, reitera.
Tratamento – Os tratamentos para endometriose podem variar caso a caso, a partir da idade da paciente, no caso de já ter filhos ou não e de acordo com a amplitude da doença.
“Os casos devem ser avaliados de forma individualizada, pois cada paciente pode ter evoluções diferentes. No entanto, temos como tratamento fundamental a cirurgia laparoscópica, associada ao uso de medicações que inibem o estímulo da endometriose.”
As Unidades Básicas de Saúde (UBS) ofertam o atendimento para evitar o agravamento da doença e caso haja a necessidade de cirurgia, a paciente é encaminhada para um hospital.
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