Precisamos falar em diversidade na literatura

O livro brinca com a realidade e nos traz reflexões interessantes.

Anna Andrade foge do comum e aborda representatividade racial e LGBTQIA+ em romance distópico.

Existe uma tendência na literatura de sempre descrever personagens brancos e heterossexuais. A desconstrução desse estereótipo, que deixa de fora os negros e pessoas LGBTQIA+, é um movimento que vem tomando forma, sobretudo, com os escritores jovens.

A distopia brinca com a realidade e traz reflexões interessantes.

Esse é o caso da autora Anna Andrade, que optou por escrever uma distopia com representatividade LGBTQIA+, diversidade racial, juntamente com avanço científico e tecnológico, mutação genética e guerra pelo poder.

Os detalhes inéditos dessa escolha incomum e as inspirações para construir a narrativa de Elegidos, Anna revelou no bate-papo a seguir!

CRAZYKIWI: Por que você decidiu entre tantos gêneros escrever uma distopia? Teve algum escritor ou escritora como inspiração?

ANNA ANDRADE: A distopia brinca muito com a realidade e nos traz reflexões interessantes. Mesmo não sendo uma completa verdade, ela surfa com regimes ditatoriais que nos fazem questionar em quem confiar. Entre minhas inspirações no gênero estão Margaret Atwood, Suzanne Collins e Richard Morgan.

Quando e como surgiu sua paixão pela escrita? Algum personagem do livro foi inspirado em sua vivência?

Minha vontade floresceu quando eu tinha de 10 a 12 anos, comecei a escrever fanfictions em plataformas digitais. Desde então, eu nunca parei e, com o tempo, tomei o rumo de escrever minhas próprias histórias. A personagem Rita, avó de Frederico, tem alzheimer que é uma condição que minha avó também tem. Ainda que ambas sejam muito diferentes entre si, elas carregam essa mesma dificuldade.

Quais são os desafios de ser escritor(a) no Brasil?

A lista é grande, bate um desânimo quando você per­cebe que para ser um escritor atualmente é preciso saber vender o seu livro. Apenas escrever uma boa história não é o único passo. Além disso, existe aquele embate se é melhor entrar em alguma editora ou seguir com a publicação independente, ambos com seus prós e contras. A pirataria também é uma pauta complicada por múltiplos motivos sociais e culturais, mas a acessibilidade através de e-books da Amazon vem dando oportunidade para que o leitor conheça mais da obra por um preço legal ou até mesmo de graça.

Como surgiu a inspiração para escrever sobre representatividade em um gênero literário em que o tema é tão incomum?

Meu objetivo foi entregar ao leitor um livro sem cotas e estereótipos de gênero, em que os personagens possam viver com quem quiserem. Cresci com leituras que descreviam apenas um grupo específico: héteros, brancos e cis, tanto nacional como internacional, a diversidade ganhou mais espaço atualmente. Mesmo assim, é bastante escassa dentro de distopias.

Você fez alguma pesquisa para escrever o livro, qual? Quanto tempo levou
para escrevê-lo?

Com certeza! Para escrever sobre o futuro e flertar com a ciência foram necessários dois meses para construir um universo que fizesse sentido de acordo com uma linha histórica que a humanidade do livro seguiu. Além disso, analisar bastante como funcionava/funciona regimes autoritários.

Você escreveu essa obra pensando em qual público-leitor? Tem outros lançamentos a caminho?

Elegidos é um livro que foi pensado para um público new adult por carregar um conteúdo mais adulto, com reflexões e experiências que não devem passar despercebidas. Sim, a obra é uma trilogia e logo terão outras publicações de ficção cientifica e fantasia.

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