O setor do turismo ainda vai sofrer bastante até o final da pandemia?

Segmento teve 59% a menos de faturamento em relação a uma semana normal em pesquisa realizada pelo SEBRAE/FGV.

O turismo ainda é o setor mais afetado durante a pandemia por conta da proibição da circulação de pessoas. Na 10ª pesquisa “O Impacto da Pandemia de Coronavírus nos Pequenos Negócios” realizada pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE) em parceria com a Faculdade Getúlio Vargas (FGV) de forma online do dia 25/02/2021 ao dia 01/03/2021¹, mostrou que o setor do turismo segue isolado como o mais impactado durante todo o período de Covid-19 no Brasil até o momento.

São 59% a menos do faturamento do segmento em relação a uma semana normal. Hotéis e agências de viagens estão sentindo este aperto financeiro há algum tempo já que, assim como qualquer outro segmento, elas estão baseadas em fluxo de caixa. É preciso entrar mais dinheiro do que sair para não dar prejuízo, mas o cenário não é esse faz tempo. E para isso, algumas ações estão sendo feitas pelas empresas para tentar reverter, ainda que minimamente, esse quadro.

Essas promoções podem ser encontradas principalmente na internet em parcerias entre os hotéis e sites facilitadores de reservas. Muitos estão oferecendo viagens a preços bem mais baixos que o normal, mas o passeio fica marcado para o ano de 2022, com três opções de datas a serem indicadas pelo turista e depois definidas pelo próprio site. Rodrigo Cabernite, CEO da fintech GYRA+, apontou que trazer esse fluxo de caixa futuro para hoje é altamente válido, mas acha difícil as empresas conseguirem resolver todo o problema dessa forma: “Agora é o momento que aqueles que eram mais resilientes financeiramente conseguiram chegar até esse ponto mais difícil da crise. Os mais fracos ou já quebraram, ou se reinventaram. Os que chegaram neste ponto tem um último dever a cumprir para chegar naquela tão sonhada luz no fim do túnel. É preciso fazer um exercício administrativo de ficar em forma financeiramente, de cortar os custos, de conseguir deixar todos os seus equipamentos (quartos e instalações) prontos para a próxima temporada e conseguir esse fôlego até o final do ano”, disse.

CRÉDITO

E é aí que entra a questão do crédito. Visto como a melhor alternativa para conseguir segurar a crise até o verão de 2021 para 2022 (período em que muitos especialistas consideram ser a temporada de retorno deste setor), se as empresas conseguirem se financiar agora, contando que essa próxima temporada vai ser bem melhor do que a última, esse tipo de exercício pode funcionar bem.

Cabernite contou que na GYRA+, fintech que faz esse tipo de empréstimo, existe uma tática voltada especificamente para instituições do setor que recorrem à concessão de crédito. “As empresas chegam aqui em um cenário não muito positivo, já que elas sofreram bastante. O que nós temos feito nesse segmento é dar empréstimos não muito grandes para ajudar a estancar um pouco e dar um fôlego para os próximos meses. Mas como nós não estávamos tão seguros em relação a reabertura, estava tudo bem devagar. Agora que nós estamos mais confiantes, nós estamos com linhas de crédito extremamente interessante para o segmento. Eu acredito que a partir de julho, com alguns parceiros desse segmento, nós vamos conseguir chegar em uma grande massa de hotéis e pousadas para financiar essa última ponte até a reabertura do mercado”, garante.

CRESCIMENTO

Alguns locais no Brasil estão observando um crescimento, mesmo que tímido, da demanda já. É o caso de localizações no interior de São Paulo e na região serrana do Rio de Janeiro, por exemplo. Compostos principalmente por excursionistas idosos – pelo fato de formar uma população de maioria vacinada – os hotéis estão entendendo que a retomada está próxima. Daqui a pouco serão as pessoas de 40 a 60 anos, que é uma massa grande do turismo a ser a próxima leva. E aí se espera uma uniformidade na demanda, já que os locais de turismo mais tradicional, como o Nordeste, por exemplo, que tem muitas localizações que precisam pegar mais de um transporte para chegar ao local, ainda está muito abaixo do normal.

“Já tem alguns segmentos do turismo que estão indo bem, nós estamos de olho, mas nós acreditamos que o turismo como um todo consiga crescer, obviamente para essa próxima temporada, mas principalmente para o verão de 2022 para 2023. Ali que vai ser o momento de toda a demanda reprimida se soltar. Quem chegar lá bem, vai ter muito retorno. É legal até de pensar em ampliar a capacidade das instalações porque virá muita demanda pela frente”, finalizou Cabernite.

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