4 substâncias que você deve ‘cancelar’ da sua rotina skincare

 

Esses são componentes que o melhor é realmente eliminar da rotina diária de beleza.

Algumas substâncias nos cosméticos podem causar problemas a nossa saúde.

A ‘cultura do cancelamento’ pode até estar na moda, apesar de não ser bem-vinda, e ser uma forma tóxica de apontar erros; mas quando o assunto é cosmético, tóxico mesmo é não ‘cancelar’ certas substâncias presentes em alguns cremes. Ao visitar uma farmácia para comprar um cosmético ou maquiagem você com certeza já se deparou com rótulos recheados com uma lista de nomes estranhos e impossíveis de entender. Estes nomes indicam quais são os ingredientes que compõem aquele produto. O problema é que algumas dessas substâncias comumente encontradas nos cosméticos podem causar sérios problemas a nossa saúde, além de serem agressivas para nossa pele, sendo melhor então evitar produtos formulados com estes ativos. Eles são chamados de xenobióticos. “A palavra xenobiótico deriva do grego ‘xeno’ (estranho) e ‘bio’ (vida), dessa forma são considerados xenobióticos todas as substâncias consideradas ‘estranhas à vida’, ou seja, ao organismo, e que apresentam algum malefício, como toxicidade. Geralmente são substâncias químicas, advindas do ambiente externo, porém substâncias orgânicas também podem ser consideradas xenobióticos se estiverem em quantidade excessiva no corpo, tornando-se prejudiciais”, explica Isabel Piatti, Consultora Executiva em Estética e Inovação Cosmética e conselheira do Comitê Técnico de Inovação da Buona Vita. Abaixo, veja as quatro principais substâncias que devem ser evitadas:

– Parabenos: Muito utilizados pela indústria cosmética e farmacêutica por serem baratos e fáceis de serem incorporados nas fórmulas, sendo então encontrados em filtros solares, loções, shampoos, maquiagens, desodorantes, medicamentos e até em alimentos, os parabenos são conservantes que servem para preservar e prolongar a validade dos produtos, pois os protegem contra o crescimento de fungos e bactérias. “Os parabenos imitam os efeitos do estrogênio em nossos corpos, então preocupações foram levantadas sobre os possíveis efeitos hormonais da absorção”, afirma o Dr. Daniel Cassiano, dermatologista da Clínica Gru Saúde e membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia. “Essa atividade estrogênica ainda pode interferir no desenvolvimento de alterações inestéticas como manchas (hipercromias), celulite e acne”, afirma Isabel. Os parabenos podem ser identificados com diversas nomenclaturas, dentre elas: parabens, pethylparaben, pthylparaben, propylparaben e putylparaben.

– Propilenoglicol: Essa substância altera a camada de proteção da barreira cutânea, criando falhas em sua permeabilidade. “Isso faz com que outros agentes químicos possam penetrar mais profundamente na pele, aumentando a toxidade pela maior quantidade que chega na corrente sanguínea. Com exposições contínuas ao propilenoglicol, há um aumento de chances de sensibilização e ocorrência de dermatites”, explica Isabel Piatti. Aprovado pela ANVISA para uso em cosméticos, o termo propylene plycol é o que aparece na embalagem.

– Fragrâncias: As fragrâncias presentes em perfumes e produtos cosméticos tópicos são uma das principais causas de alergias na pele, conhecidas como dermatites de contato. “Dermatites de contato são reações alérgicas e inflamatórias da pele causadas pela exposição do paciente a algum princípio ativo ou substância a qual ele tem sensibilidade. Apesar de não serem contagiosas, as dermatites podem atingir o corpo todo, causando irritação, vermelhidão e descamação na pele”, explica a dermatologista Dra. Claudia Marçal, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia. “Principalmente por conta do aumento dos casos de alergias e sensibilidade na pele, os produtos com fragrâncias sintéticas estão sendo deixados de lado”, acrescenta a médica. O recomendado então é sempre preferir produtos livres de fragrâncias ou sem perfume ou então optar por produtos mais naturais e menos sintéticos ou hipoalergênicos. Para evitar fragrâncias sintéticas, veja se na rotulagem está escrito “parfum”.

– Óleo Mineral: Muito utilizado pelas empresas fabricantes de cosméticos no lugar dos óleos vegetais, devido ao seu baixo custo e por ser menos oxidativo e alergênico, o óleo mineral é um ativo oclusivo, ou seja, impede a evaporação excessiva de água pela pele, sendo então frequentemente utilizados em produtos hidratantes. “O problema é que, além de manter a pele hidratada apenas até ser retirado por não atuar em nenhuma das causas da pele seca, o óleo mineral é uma substância comedogênica, ou seja, pode obstruir os poros, facilitando o aparecimento de cravos”, explica a especialista em Estética e Cosmetologia Isabel Piatti. “O ingrediente também é um vilão para o meio ambiente, pois é proveniente de uma fonte não renovável, isto é, que um dia vai se esgotar. Além disso, após lavarmos o produto com óleo mineral, a substância, que não se mistura com a água e está presente em altas concentrações nos cosméticos, chega até os rios, o que gera um enorme gasto em sistemas de tratamentos para remover o ingrediente da água”, acrescenta. No rótulo, você poderá encontrá-lo como Paraffinum Liquidum ou Mineral Oil.

Por fim, a dermatologista Dra. Claudia Marçal afirma que os cosméticos ‘limpos’ não devem conter ativos que podem causar riscos à saúde, como alterações hormonais, irritação cutânea e câncer. “Dessa forma, os cosméticos não devem conter, por exemplo, ingredientes como parabenos, ftalatos, sulfatos e fragrâncias sintéticas”, diz a médica.

Para identificar os componentes citados acima, a parte que mais devemos nos atentar é a composição do produto, ou seja, quais ingredientes estão presentes na fórmula daquele cosmético. Porém, a lista de ingredientes é sem dúvida uma das coisas mais difíceis de se entender em um rótulo. Segundo Isabel, isso acontece porque a nomenclatura dos ingredientes segue uma série de regras específicas adotadas mundialmente chamadas de INCI Name (International Nomenclature of Cosmetic Ingredients). “O INCI utiliza um sistema internacional de codificação para todos os ingredientes presentes nos produtos e tem como finalidade simplificar a identificação dos componentes. Enquanto algumas nomenclaturas são mais fáceis de serem entendidas, como a da ureia que aparece nos rótulos como Urea, outras são mais complicadas, como a Vitamina E cujo INCI Name é Tocopheryl Acetate”, afirma Isabel. “Além disso, os ingredientes ainda obedecem a uma ordem decrescente de concentração no produto. Ou seja, os primeiros compostos que aparecem na lista de ingredientes são os que estão em maior quantidade e os últimos são os que estão em menor quantidade”, afirma. Por isso, certifique-se de ler toda a composição e estar atento sempre.

FONTES:
*DRA. CLAUDIA MARÇAL: Dermatologista, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), da American Academy Of Dermatology (AAD) e da Sociedade Brasileira de Cirurgia Dermatológica (SBCD). Professora e fundadora do Dermacademy MB, plataforma online de ensino a dermatologistas, a médica é speaker Internacional da Lumenis, maior fabricante de equipamentos médicos a laser do mundo; e palestrante da Dermatologic Aesthetic Surgery International League (DASIL). Possui especialização pela AMB e Continuing Medical Education na Harvard Medical School. É proprietária do Espaço Cariz, em Campinas – SP.

*DR. DANIEL CASSIANO: Dermatologista, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia e da Sociedade Brasileira de Cirurgia Dermatológica. Cofundador da clínica GRU Saúde, o Dr. Daniel Cassiano é formado pela Escola Paulista de Medicina da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP) e Doutorando em medicina translacional também pela UNIFESP. Professor de Dermatologia do curso de medicina da Universidade São Camilo, o Dr. Daniel possui amplo conhecimento científico, atuando nas áreas de dermatologia clínica, cirúrgica e cosmiátrica.

*ISABEL LUIZA PIATTI: Consultora Executiva em Estética e Inovação Cosmética, especialista em Estética e Cosmetologia, conselheira do Comitê Técnico de Inovação da Buona Vita, embaixadora do CIA – Centro e Instituto Internacional de Aprimoramento e Pesquisas Científicas, e Membro do Conselho Científico da Academia Brasileira de Estética Científica – ABEC. Profissional Aisthesis. Tecnóloga em Estética e Imagem Pessoal. Técnica em Estética. Pós-Graduanda em Estética e Exercício Físico na Saúde da Mulher. Especialista em Cosmetologia. Especialização em Escolas de Estética e Terapias Alternativas na Europa, na área Facial, Corporal e Bem-Estar. Palestrante no VI Congresso Mundial de Medicina Estética da IAAM/ASIME. Palestrante em Congressos da área da Saúde Estética Nacionais e Mundiais. Consultora técnica de revistas e sites da área de Beleza e Estética. Autora dos Livros “Biossegurança Estética & Imagem Pessoal – Formalização do Estabelecimento, Exigências da Vigilância Sanitária em Biossegurança” e “Gestantes: Cuidados Estéticos Durante a Gravidez”.

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