Seja apenas a pessoa que existe dentro de você

Por Gustavo Pizzolotto*

Quando não agimos como a pessoa que acreditamos ser, sentimo-nos deslocados, frustrados, muitas vezes exaustos e passamos a nos odiar em segredo. Sabemos que podemos ser mais e quando não agimos para mudar isso, nos tornamos tristes. Mas como, em meio a mal conseguirmos parar para dormir, podemos parar e refletir sobre isso?

Seja você mesmo9a) e se inspire a ser a pessoa que quer ver atuar daqui para frente.
Seja você mesmo(a) e se inspire a ser a pessoa que quer ver atuar daqui para frente. Assim, a vida passa a ser realmente sua.

Estamos vivendo como outra pessoa. Praticamos comportamentos que não exatamente são os que gostaríamos de mostrar para sermos admirados e reconhecidos. Agradamos aos outros enquanto o nosso coração está apertado. Somos exigidos para viver como um modelo para todos e esquecemos que antes devemos decidir qual é o modelo ideal dentro de cada um.

O modo como pensamos em nós mesmos e como nos comportamos de acordo com essa imagem no mundo real é a congruência. Viver como queremos que os outros nos vejam, em alinhamento com quem pensamos ser e quem queremos nos tornar é um dos desejos mais poderosos que temos como seres humanos.

Na tentativa desesperada de sermos aceitos por nossos colegas no trabalho ou por nossos gestores, frequentemente esquecemos quem somos. Conhecemos amigos que estão tristes, mas sempre forçando um sorriso.  As pessoas criam uma autoimagem que não tem nada a ver com elas e se envolvem com o mundo assim, mascaradas.

Quando não agimos como a pessoa que acreditamos ser, sentimo-nos deslocados, frustrados, muitas vezes exaustos e passamos a nos odiar em segredo.  Sabemos que podemos ser mais e quando não agimos para mudar isso, nos tornamos tristes.

Muitos dos momentos mais difíceis em nossas vidas acontecem quando nossas atitudes não são congruentes com nossos pensamentos ou quando as pessoas não foram congruentes conosco. Como em um dia, por exemplo, em que você explodiu com um colega de trabalho – mesmo sendo a pessoa mais calma e paciente da empresa, ou quando uma pessoa lhe disse que poderia confiar nela – e logo depois lhe traiu com uma punhalada nas costas. Você provavelmente não irá esquecer nenhuma dessas duas incongruências – justamente pela atitude ter sido completamente oposta ao discurso.

Apesar de não ser fácil ser sempre congruente, você precisa criar uma autoimagem unificadora de quem você é e de quem quer ser. Importante pararmos com a “Sindrome de Piolho”- quando estamos nos comportando pela cabeça dos outros – e começar a pensar que realmente não somos definidos por mais ninguém além de nós mesmos.

Mas como, em meio a mal conseguirmos parar para descansar, podemos parar e refletir sobre isso? Pensando nessa pergunta que escuto sempre que toco nesse assunto, sugiro seguir duas dicas:

Primeiro: defina um novo padrão para você. A maioria das pessoas está vivendo autoimagens e conjunto de padrões que foram desenvolvidos por acontecimentos e pessoas do passado. Isso pode se tornar conveniente para justificativas do tipo “Ele deveria ter me tratado melhor” ou “Eu deveria ter recebido mais carinho”. Quando você era criança não tinha responsabilidade sobre como os seus pais o tratavam e nem maturidade para definir como seria o comportamento ideal deles.

Qualquer momento do nosso passado pode ser uma explicação preguiçosa para o modo como nos vemos hoje. Se você está levando a sua vida com base em uma autoimagem ultrapassada, moldada pelas opiniões e atitudes dos outros, está na hora de criar um novo padrão. Veja o passado com maturidade, gratidão e afaste todas as limitações de quem você pode se tornar.

Segundo: pense em algumas palavras que te traduzam, palavras que falam a respeito de você e que podem clarear a maneira como quer atuar na vida.  Dessas, escolha as três principais que definirão o traço de quem você é como pessoa. Ao definir as palavras que serão uma característica constante em sua natureza, será mais fácil começar a agir baseado nelas e ativar a congruência nos seus relacionamentos. Essas palavras devem servir apenas para você e como você pensa a seu próprio respeito. Seja muito sincero e tenha clareza do porque essas palavras cabem a você. Isto vai criar o seu modo ideal e direcionar seus comportamentos.

Pense então, como a sua vida será quando começar a vivê-las. Uma coisa é ver a si mesmo como uma pessoa a quem todas essas palavras se aplicam. Outra é conscientemente ser essa pessoa com todas as atitudes. Imagine quem você pode ser e seja essa visão, então você será congruente.

Em seguida, crie um modo de estar sempre em contato com essas palavras. Escreva-as em um cartão e leve-as com você o tempo todo, pendure na geladeira ou na tela do computador. O importante é que estejam diante de você, várias vezes ao dia. Quando elas estiverem sempre na sua mente e no seu padrão pessoal de conduta, você terá mais chance de ser a pessoa que sempre quis ser.  Sentir-se-á autêntico, orgulhoso e completo para aparecer como uma pessoa única, talentosa e verdadeira.

Inspire você mesmo a ser a pessoa que quer ver atuar daqui para frente.  A partir de hoje, seus esforços vão definir quem você é e quem quer se tornar de verdade. A vida passa a ser realmente sua.

*GUSTAVO PIZZOLOTTO é referência em Negociação em Vendas. Há mais de quinze anos, utilizando um método próprio chamado Supernegociadores, ensina cada vendedor a extrair o máximo de suas vendas, seja nos lucros ou na satisfação. Através de palestras, cursos ou seminários, Gustavo diz que é possível transformar qualquer vendedor comum em um vendedor de sucesso. Basta saber como!

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