Mel elaborado a partir de néctar de espécies nativas do Parque Nacional do Iguaçu ganha marca coletiva

Nome Parque Iguassu estampa produtos como o mel e própolis produzidos em Capanema.

Mel é coletado a partir do pólen de espécies nativas do Parque Nacional do Iguaçu.

A Associação dos Apicultores de Capanema e Região (Apic), do sudoeste do Paraná, recebeu a concessão de registro da marca coletiva “Parque Iguassu” em produtos como o mel e própolis. O pedido foi concedido pelo Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI), em um processo que foi iniciado em dezembro de 2021.

Inspirada na relação dos produtores com a riqueza do Parque Nacional do Iguaçu, que faz divisa com o município de Capanema em mais de 70 quilômetros, a marca poderá ser utilizada por produtores associados à Apic, seguindo o caderno técnico e as boas práticas de produção.

Para Cleiton Cesar Lagemann, presidente da Apic, o reconhecimento é resultado de um projeto que começou em 2018. “Iniciamos com cinco produtores. Hoje, somos 32 associados. Este trabalho vem sendo desenvolvido com muito profissionalismo e a aprovação da marca coletiva é um indicativo disso. Nossa ideia é que ela seja utilizada também nos municípios lindeiros ao Parque e estamos projetando a formalização de uma cooperativa”, adianta Cleiton.

De acordo com a consultora do Sebrae/PR, Alyne Chicocki, a conquista vem para reforçar a identidade dos produtores locais. “Os apicultores colocam no mercado produtos com maior valor agregado, uma vez que a marca gera referência da origem do produto e da sua qualidade. Isto fortalece a economia local, o turismo e o comércio e proporciona visibilidade para um produto diferenciado”, afirmou Alyne.

Na avaliação de Tatiane Sott, da secretaria de Agricultura e Meio Ambiente de Capanema, os produtos relacionados, como o mel e a própolis, podem impulsionar a economia local.

“A utilização da marca Parque Iguassu, além de divulgar o nosso município, também demonstra o potencial da nossa cidade e região. Nosso mel é destaque e o reconhecimento tem despertado o interesse de outros produtores em relação à apicultura”, enfatiza Tatiane.

Marca é inspirada na relação dos produtores com a riqueza do Parque Nacional do Iguaçu.

PROFISSIONALIZAÇÃO

Há quatro anos, o município iniciou, juntamente com o Sebrae/PR, um projeto voltado às boas práticas na apicultura. Isso fez com que a qualidade do mel fosse melhorada e a produtividade, que era de pouco mais de 23 kg por colmeia, fosse ampliada.

Segundo Wagner Grazziero, instrutor do projeto, essa mudança começou a partir da conscientização dos apicultores. “Mudamos o manejo, padronizamos as colmeias e alteramos a alimentação das abelhas. Depois, iniciamos o melhoramento genético com a compra de abelhas rainhas. Tudo isso trouxe resultados importantes. Hoje, temos produtores com média de 88 kg por caixa”, relata Wagner.

Esse crescimento também é comemorado pelos produtores. Para Jonathan Vinícius dos Santos Cavalheiro, as orientações especializadas mudaram a realidade da propriedade. “Produzo mel desde 2016, mas foi a partir de 2018 que mudamos muitas práticas. Com trabalho orientado, aumentamos a produção, que era de 12 kg por colmeia, para algo próximo a 50 kg, com mais retorno financeiro para nós. Hoje, a apicultura equivale à minha renda principal”, comenta Jonathan.

 Devido à grande diversidade, as abelhas conseguem coletar muito mais néctar e pólen.

QUALIDADE DO MEL

O mel produzido na região traz características muito particulares, o que resulta em um produto extremamente claro e suave. Para Wagner, o motivo está na diversidade da florada que é encontrada no Parque Nacional do Iguaçu. “Especialmente por duas flores, do louro-branco e do cambará. Devido à grande diversidade, as abelhas conseguem coletar muito mais néctar e pólen, o que faz com que produzam muito mais. Algo em torno de 30% a mais se comparado com as abelhas de regiões que não estão inseridas no Parque”, pontua Wagner.

O presidente da Apic explica que a intenção é apresentar o mel diferenciado a turistas de outras regiões do Brasil e do mundo. “Temos conversas para que o mel produzido aqui seja vendido em pontos turísticos, entre eles as Cataratas do Iguaçu. Isso trará um valor agregado e um reconhecimento maior do que é produzido em Capanema”, complementa Cleiton.

BUSCA PELA IG

A Apic também busca a Indicação Geográfica (IG) na modalidade de Denominação de Origem, que está sendo trabalhada em parceria com a Cresol e com a Universidade Tecnológica do Paraná (UTFPR), campus Dois Vizinhos. Atualmente, existem estudos desenvolvidos pela UTFPR para comprovação de que as abelhas interagem com a mata nativa e que o mel produzido por elas é único.

O município de Capanema conta com uma Indicação Geográfica, com o melado batido e escorrido, reconhecido pelo INPI desde dezembro de 2019.

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