Insônia atinge 73 milhões de brasileiros

Os dados são da Associação Brasileira do Sono (ABS) e apesar da insônia ser super comum e não ser considerada uma doença, pode ser um alarme de muitos distúrbios como alergias, obesidade, doenças cardíacas, até Parkinson, Alzheimer.

Com o envelhecimento as funções mentais podem piorar e os problemas com o sono, como a insônia, também podem aparecer.

“O grande problema é que, se este distúrbio continuar insistindo sem que nenhuma destas doenças seja diagnosticada, é porque a causa está nos maus hábitos na hora de dormir”, alerta o neurocirurgião e neurocientista Dr. Fernando Gomes do Hospital das Clínicas de SP. O médico revela que daí não vai ter remédio que dê jeito ou chá milagroso que faça pegar no sono. Para ele, o segredo para se livrar da insônia está escondido dentro da nossa cabeça e o que ela absorve de informação.

De acordo com o especialista o nosso cérebro funciona como um grande editor de informação. “A mente funciona como um processador. O cérebro foca nos detalhes mais importantes e lhes dá significado emocional. Por isso, é preciso administrar as informações recebidas antes de dormir, pois interfere na qualidade do sono”, explica, acrescentando que “ver filmes, assistir TV, jogar videogame, mexer no celular internet, entre outras atividades antes de dormir podem auxiliar em uma noite mal dormida”.

O médico explica que com o envelhecimento as funções mentais podem piorar e os problemas com o sono, como a insônia, também podem aparecer. Diversos estudos já demonstraram que a sesta (aquela dormidinha após o almoço) previne de 2 a 10 anos o declínio cognitivo no ser humano. Em contrapartida, dormir menos que 6,5 horas por noite aumenta o risco do declínio cognitivo em 10 anos.

Dr. Fernando ressalta que dormir menos que o corpo precisa pode acarretar prejuízos cognitivos, como perda de memória e dificuldade de concentração. “Uma noite mal dormida provoca irritabilidade durante o dia e aumenta a liberação de cortisol e ACTH, hormônios responsáveis pelo estresse”, afirma acrescentando que “a insônia é um problema a curto prazo e que pode se tornar algo grave quando compromete a inteligência”.

Para acabar com o problema e conseguir dormir bem, Dr. Fernando sugere algumas estratégias para evitar a insônia:

– Organizar-se para ir mais cedo para a cama;

– Não fragmentar o sono;

– Procurar deitar e acordar sempre no mesmo horário;

– Não exagerar em cafés, chás e refrigerantes;

– Praticar atividades físicas preferencialmente durante o dia;

– Optar por atividades relaxantes à noite;

– Usar travesseiros que alinhem o pescoço e o tronco;

– O colchão deve se adaptar às curvas anatômicas do corpo e ser confortável;

– Entender que o bom sono da noite, garante o excelente dia de amanhã.

*Cognição é o ato ou processo de conhecer, que envolve atenção, percepção, memória, raciocínio, imaginação, pensamento e linguagem.

Sobre Dr Fernando Gomes

Médico neurocirurgião, comunicador colunista da TV Band, programa Aqui na Band, e do UOL – Viva Bem, e autor de 8 livros. Professor Livre Docente de Neurocirurgia, com residência médica em Neurologia e Neurocirurgia no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, é neurocirurgião em hospitais renomados e também coordena um ambulatório relacionado a doenças do envelhecimento no Hospital das Clínicas. http://www.fernandoneuro.com.br @drfernandoneuro

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