FecomercioSP: Faturamento do turismo encolheu 33,6% em 2020

Para FecomercioSP, crescimento da demanda por pacotes para 2021 e busca por destinos domésticos são indícios otimistas ao setor.

O recuo no faturamento do turismo brasileiro é maior entre as empresas de transporte aéreo.

Um dos setores mais afetados pelo isolamento social decorrente da pandemia de covid-19, o turismo nacional já acumula uma redução de 33,6% no faturamento real acumulado de janeiro a agosto deste ano.

Levantamento do Conselho de Turismo da FecomercioSP a partir dos dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostra que o resultado negativo até agora foi puxado principalmente pelas viagens aéreas (retração de 68,8%) e por serviços de hospedagem e alimentação (-43,2%).

No período analisado, o setor de turismo faturou pouco mais de R$ 70,4 bilhões – em 2019, as receitas já estavam em R$ 106,1 bilhões nesta época do ano, o que representa um prejuízo de R$ 35,7 bilhões.

A redução no faturamento atinge cinco das seis áreas analisadas pelo levantamento: depois do transporte aéreo e dos serviços de hospedagem e alimentação, o pior resultado foi o de atividades culturais, recreativas e esportivas, que registra queda acumulada de 33,3% em 2020. A única área que se mantém com saldo positivo no ano é a de transporte aquaviário – menor em comparação às demais –, que registrou alta de 10,7% entre janeiro e agosto.

Considerando o acumulado dos últimos 12 meses, o recuo no faturamento do turismo brasileiro é de 21,1%, sendo maior entre as empresas de transporte aéreo: -29,8%. Em seguida estão os serviços de hospedagem e alimentação, com queda de 25,6% entre agosto de 2019 e o mesmo mês deste ano.

Apesar disso, o setor tem motivos para ficar mais otimista com os próximos meses: além da saída gradativa do isolamento, como se viu nos feriados nacionais de setembro e outubro, muitas operadoras de turismo brasileiras já têm pacotes fechados para o primeiro semestre de 2021.

Com a retomada de medidas de isolamento em países mais visitados da Europa, como França, Itália e Espanha, a Federação observa potencial na demanda doméstica.

No entanto, ressalta que os players do setor devem ser transparentes com seus clientes sobre as condições das viagens: informando sobre operações de restaurantes, comércio e serviços, assim como sobre a estrutura médica disponível em cada destino. Além disso, a queda no emprego qualificado entre as operadoras aumenta ainda mais a necessidade de manter um bom atendimento aos consumidores.

Principais números do levantamento

Faturamento real do turismo brasileiro (janeiro a agosto de 2020):
R$ 70.456.499

Faturamento real do turismo brasileiro (janeiro a agosto de 2019):
R$ 106.151.534

Variação de faturamento (comparação entre mesmo período de 2019 e de 2020):
-33,6% (R$ 35,7 bilhões)

Faturamento acumulado nos 12 meses entre agosto de 2019 e agosto de 2020:
-21,1%

Nota metodológica
O estudo é baseado nas informações da Pesquisa Anual de Serviços com dados atualizados com as variações da Pesquisa Mensal de Serviços, ambas do IBGE. Os números são atualizados mensalmente pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) e foram escolhidas as atividades que tem relação total ou parcial com o turismo. Para as que têm relação parcial, foram utilizados dados de emprego ou de entidades específicas para realizar uma aproximação da participação do turismo no total.

#FecomercioSP #IBGE #covid19 #IPCA

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