Em seu 13º disco, “Sombranágua: Septeto Autoral”, o compositor e violonista Daniel Murray revela referências ecléticas filtradas pelas experiências íntimas e emocionais, sua conexão com a natureza, a família e os amigos. O resultado do trabalho, que tem produção musical de Paulo Bellinati e já está disponível nas plataformas digitais, traduz uma sonoridade caórdica, que explora diferentes linguagens da música instrumental brasileira e da erudita contemporânea.
“Há alguns anos senti que precisava escrever também para outros instrumentos. Acredito que esse sentimento faça parte de uma busca interna natural por crescimento, renovação e realização como músico e autor. Nesse repertório, o violão – misturado aos diferentes instrumentos dessa formação, é parte integrante do grupo e a minha voz como instrumentista e compositor”, reflete Daniel.
No projeto totalmente autoral, ele compartilha seus sentimentos com naturalidade. “A vida nos conecta o tempo todo. Ainda tive o privilégio de nascer numa família que respira arte e, sem dúvida, contribuiu para a minha carreira musical. Neste caminho me sinto extremamente grato por ser presenteado com amigos que se tornaram parte de uma grande família musical”, diz Daniel.
O violonista se refere à parceria, desde janeiro de 2017, com os renomados músicos intérpretes de “Sombranágua” que o acompanham no violão de 6 e 11 cordas: Luiz Amato (violino), Sarah Hornsby (flauta), Gustavo Barbosa-Lima (clarinete), Adriana Holtz (violoncelo), Pedro Gadelha (contrabaixo) e Caito Marcondes (percussão).
“Já havia tido a oportunidade de tocar com cada um deles, separadamente em outros trabalhos, e o amor pela música, admiração mútua e amizade já nos unia há algum tempo. O processo de criação foi simultâneo a ensaios e concertos, e pude contar com a contribuição genial dos intérpretes. O resultado da nossa primeira apresentação foi tão gratificante que resolvemos buscar maneiras para registrar esse repertório”, conta Daniel.
Já a parceria e amizade com o produtor musical Paulo Bellinati é de longa data. “Sombranágua” é o quinto CD de Daniel produzido por ele. “Acompanho a carreira do Daniel desde o início dos estudos de violão. Sua evolução como solista, arranjador e compositor vem surpreendendo a cada produção. Neste disco, ele atinge uma maturidade artística total: como violonista e também na criação das peças, dos arranjos e na brilhante execução e idealização de todo o projeto. ‘Sombranágua’ é um álbum completo, que revela a qualidade deste grande artista”, diz Bellinati.
Neste processo de criação, o compositor foi inspirado pelas imagens do fotógrafo russo George Korunov, que ilustram a capa e o encarte do disco. “Suas lindas imagens experimentais me ajudaram a organizar as ideias. A peça tinha algo de ‘caminho de nuvem’, ‘névoa’, ‘água’, ‘sombra’ e surgiu o nome, que consegue dar luz para os movimentos ordenados e ao mesmo tempo caóticos inerentes à música e à vida”, diz Daniel.
Premiado pelo ProAC (Programa de Ação Cultural), com realização do Governo do Estado de São Paulo, por meio da Secretaria de Cultura e Economia Criativa, apoio do ITC (Instituto Totem Cultural) e produção da Totem Musicais, “Sombranágua” apresenta a sonoridade do grupo Septeto Autoral com muita brasilidade.
Segundo Paulo Bellinati, um álbum autoral diferente do anterior, que tinha como prioridade o violão solo. “Em ‘Sombranágua’ temos uma escrita musical consistente, que se insere no universo da grande música instrumental brasileira, seguindo o caminho traçado pelos mestres Egberto Gismonti e Hermeto Pascoal. Um septeto poderia dar a impressão de um disco de música de câmara erudita, porém, temos aqui um resultado completamente original que visita, com extremo bom gosto e competência, estilos da MPB como o baião, maracatu, xaxado, choro, samba, valsa, entre outros”, afirma o produtor musical.
Com 15 faixas, o repertório de “Sombranágua” traz diferentes atmosferas. Em “Cauteloso”, de repente as sonoridades dos instrumentos se misturam em um grande improviso, antes de retornar ao tradicional estilo já conhecido, o choro. Miniaturas chamadas de “Brevidades”, cada uma com seu subtítulo, intercalam as faixas do disco, onde são apresentadas novas versões expandidas de “Canção e Dança”, “Ensimesmada” e “Choro para Olga” – já gravadas em versão para violão solo.
As peças “14 de fevereiro” e “20 de junho”, escritas para o aniversário dos pais do violonista, são inspiradas nessas diferentes histórias de vida que se entrelaçam através da dança, profissão de Gilda e Samuel. O álbum termina com a faixa solo “Ciranda Imaginária”, com Daniel ao violão de 11 cordas.
O disco foi gravado em fevereiro, após um intensivo de ensaios do Septeto junto ao produtor musical. Durante a pandemia, todo o trabalho de edição, mixagem e masterização foi feito à distância. “Enfrentamos dificuldades tecnológicas, mas também descobrimos novas possibilidades para se trabalhar”, conta Daniel, que acompanhou a finalização isolado com a família num sítio em Atibaia (SP).
Já o álbum físico fica pronto em janeiro e será destinado a projetos sociais, escolas de música, bibliotecas, acervos do Estado e shows. As partituras do projeto serão disponibilizadas gratuitamente no site (www.danielmurray.com.br).
Durante o isolamento, em meio à natureza, o violonista começou um novo ciclo de composições para violão solo chamado “Vista da Montanha”. Para 2021, também podemos esperar a gravação de composições inéditas do músico Marco Pereira dedicadas a Daniel.
Serviço:
Lançamento do CD ‘Sombranágua’
Onde comprar o CD: plataformas digitais (https://sl.onerpm.com/6018108483?_ga=2.68304849.1935834968.1607080366-906479401.1604339767)
Site: www.danielmurray.com.br
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