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Cada vez mais, o coentro (Coriandrum sativum) vem caindo no gosto do brasileiro das regiões Sudeste e Centro-Oeste do País. No Norte e Nordeste, já é tradicional em preparações culinárias e talvez tenha sido por isso que, aos poucos, veio entrando em outras regiões, trazido pelos costumes das deliciosas comidas nordestina e nortista. No Espírito Santo, também não pode faltar na moqueca capixaba e no Rio de Janeiro em saladas, para dar um gostinho diferente nas folhagens. Em São Paulo, pela diversidade da população da capital paulista, as plantações de coentro se concentram no chamado Cinturão Verde e de lá, ele sai para feiras e mercados. Alguns amam, outros odeiam, mas o fato é que em algumas receitas o coentro é fundamental!
Segundo técnicos da Secretaria de Agricultura e Abastecimento, que atuam na Coordenadoria de Desenvolvimento Rural Sustentável (CDRS) capacitando e atendendo os produtores rurais, o coentro pode ser produzido diretamente em campo aberto, sob telados ou em hidroponia. As áreas de cultivo nem sempre são grandes e a produção concentra-se entre os produtores pequenos e médios, que plantam coentro em meio a outras hortaliças. “O valor agregado ao coentro é muito bom e por isso muitos sempre acabam tendo um pouco na horta para oferecer em feiras e mercados”, diz David Rodrigues, diretor da CDRS Regional Mogi das Cruzes. O solo só não pode ser encharcado ou compactado se for produzido no campo, de preferência sob telados, mas também vai bem em sistema hidropônico e, inclusive, em vasos para quem gosta muito do tempero e quer dar um sabor diferenciado em diversos pratos. O consumo em geral é das folhas frescas, mas é encontrado seco também, sendo usado no preparo de embutidos.
O ciclo de duração do coentro é curto e vai até a sementeação, sendo necessário novo cultivo. Existe mais de um cultivar e é bom o produtor se inteirar sobre qual o que melhor se adapta à sua região climática. O plantio geralmente vai de setembro até fevereiro, segundo a engenheira agrônoma Maria Cláudia Silva Garcia Blanco, da Divisão de Extensão Rural da CDRS/SAA. Segundo a técnica, a propagação ocorre por sementes e o gasto fica em torno de 15kg a 20kg por hectare, no espaçamento 0,2-0,3m x 0,05-0,1m. As folhas podem ser colhidas entre 80 e 90 dias após o plantio e a produção varia entre 8 mil e 10 mil maços/ha de folhas frescas. Para a inflorescência deve-se colher e colocar para secar à sombra.
Em relação à adubação, recomenda-se aplicar 300kg/ha de sulfato de amônio, de 20 a 30 dias após o plantio e após cada corte. Maria Cláudia costuma fazer palestras em cursos sobre ervas medicinais e aromáticas em todo o Estado de São Paulo; as capacitações acontecem sob demanda das Casas de Agricultura e Regionais da CDRS. E ainda dá uma dica: “Deve-se ter cuidado ao adubar plantas aromáticas, o excesso de nitrogênio, por exemplo, promove uma maior massa de folhas que não é acompanhada pelo maior aroma. Falando em propriedades medicinais, o coentro é digestivo, antioxidante e depurativo do sangue”. A nutricionista Sizele Rodrigues, da Coordenadoria de Desenvolvimento dos Agronegócios (Codeagro) confirma: “O coentro contém potássio, vitaminas A e C, é rico em antioxidantes, possui ação bactericida e detém óleos essenciais que ajudam na digestão. É uma erva aromática muito utilizada como analgésico, antitérmico e como auxiliar no tratamento de reumatismo e dores articulares”, afirma Sizele.
O uso culinário não se restringe aos peixes, como são comumente associados, podendo ser utilizado também em carnes vermelhas, frango, saborizar legumes, sopas e caldos, em saladas e até mesmo no feijão, sempre conferindo um sabor diferenciado que cada vez é mais apreciado pelos turistas do Sul e Sudeste, os quais visitam estas regiões e trazem na bagagem o gosto pela gastronomia destas regiões.
História do coentro
Embora esteja chegando por agora em algumas regiões do Brasil, a origem do coentro é milenar, sendo muito usado na região do Mediterrâneo, nos países árabes, asiáticos e africanos. Segundo algumas fontes, já era cultivado na Índia há mais de cinco mil anos e os egípcios antigos já usavam a erva, tanto como planta medicinal, por sua função bactericida, assim como condimento.
Mais informações sobre plantas aromáticas e medicinais podem ser encontradas no Boletim Técnico 247 – Cultivo de Plantas Aromáticas e Medicinais, editado pelo Centro de Comunicação Rural da CDRS/SAA, que pode ser adquirido por R$ 20,00. Para verificar a forma de pagamento e envio, basta acessar o link: https://www.cdrs.sp.gov.br/portal/themes/unify/arquivos/produtos-e-servicos/PublicacoesCDRS2020.pdfwww.cdrs.sp.gov.br/publicacoes. E também na publicação editada pela Codeagro acessada pelo link: https://www.codeagro.agricultura.sp.gov.br/uploads/publicacaoesCesans/LIVRO_SABORES_DA_HORTA_DO_PLANTIO_AO_PRATO.pdf
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