11 de outubro: Dia Nacional de Prevenção à Obesidade, riscos são maiores na pandemia

João Rafael conseguiu perder 100 kilos.

Cid Pitombo, médico especialista no tratamento da obesidade, fala sobre os riscos envolvidos. Jovem do Rio de Janeiro consegue emagrecer 100kg durante a pandemia e é exemplo de superação da doença que já se tornou uma epidemia mundial. João Rafael conseguiu perder 100 kilos mudando seus hábitos alimentares e se exercitando

Onze de outubro é o Dia Nacional de Prevenção à Obesidade, uma doença que cresce cada vez mais, sendo considerada uma epidemia mundial: 600 milhões de adultos e 100 milhões de crianças estão obesas em todo mundo e cerca de 4 milhões de pessoas morrem por ano em decorrência da doença. No Brasil, a proporção de obesos é de um em cada cinco pessoas. Especialista no tratamento da obesidade, o médico Cid Pitombo explica que a gordura prejudica o bom funcionamento de vários órgãos, como rins, fígado, pulmão, coração e pâncreas.

“Esses órgãos nos obesos funcionam no limite. Eles ficam naturalmente inflamados e não têm reservas. Quando esse indivíduo pega um vírus forte, como o coronavirus, por exemplo, seus processos inflamatórios podem ser ainda mais severos e os órgãos não suportam”, explica Cid Pitombo, que coordena o Programa de Cirurgia Bariátrica do Rio de Janeiro.

Pitombo esclarece que o mais agravante é que obesos têm uma resposta imunológica muito mais lenta. Ou seja, as substâncias que poderiam atacar vírus, como anticorpos e outras, não são produzidas com a mesma velocidade e intensidade como nas pessoas mais magras.

“Normalmente eles possuem mais açúcar e gordura no sangue, mesmo não sendo diabéticos. Algumas vacinas, por exemplo, não possuem a mesma eficácia porque obesos não produzem a quantidade esperada de anticorpos. É o que acontece com a da gripe H1N1. Ainda não sabemos como será com a vacina da Covid-19. Mas temos esse temor”.

A gordura visceral, localizada na barriga, chega a prejudicar o bom funcionamento do pulmão e a má oxigenação se reflete no corpo todo.

“Nesse momento, todos deveriam buscar o emagrecimento. E temos visto o contrário. As pessoas comendo mais do que o normal porque estão nervosas e com fácil acesso a comidas industrializadas”, destaca o médico Cid Pitombo, que é também coordenador do Programa de Cirurgia Bariátrica do Estado do Rio de Janeiro, onde pacientes chegam a perder 100 quilos antes da cirurgia apenas com orientação nutricional adequada.

Um deles é o João Rafael Zippel, 28 anos, técnico de Mecânica Industrial, morador de Seropédica, que entrou no programa em 2019, pesando 270kg, e de lá para cá perdeu 100kg.

“O meu segredo para emagrecer foi querer muito mudar a minha vida. Eu tinha um comportamento compulsivo com relação à comida. Reconhecendo que precisava mudar radicalmente, fui cortando tudo o que fazia mal ao meu organismo. Aos poucos, fui me adaptando. Depois da bariátrica espero ter uma vida normal, sem discriminação e conseguir emprego”, relata.

Estudo mostra impactos sociais da obesidade – Um estudo promovido pelo médico Cid Pitombo entre seus pacientes aponta que 86% das pessoas que passaram pelo tratamento da obesidade pararam de gastar mensalmente com medicamentos. Dos que estavam desempregados, 33% conseguiram uma colocação profissional após a cirurgia. E gastos com alimentação, higiene e vestuário diminuíram 50%.

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