Verão tem maior incidência de conjuntivite tóxica 

A maioria dos casos ocorre acidentalmente pelo contato de protetores solares, bronzeadores e repelentes nos olhos. 

O uso de repelentes precisa de cuidados redobrados, pois possuem princípio ativo icaridina, DEEP ou IR 3535, que não devem entrar em contato com os olhos em nenhuma circunstância.
O uso de repelentes precisa de cuidados redobrados, pois possuem princípio ativo icaridina, DEEP ou IR 3535, que não devem entrar em contato com os olhos em nenhuma circunstância.

Durante o verão, o uso frequente de protetor solar e bronzeador aumenta a incidência de conjuntivite tóxica. Outro agravante da doença tem sido o uso de repelentes contra o mosquito Aedes Aegypti, na intenção de se proteger, principalmente, do surto do zika vírus. Em contato com os olhos, os produtos químicos causam inflamação da conjuntiva, membrana transparente que reveste a pálpebra e a superfície do olho. Pode ocorrer em apenas um olho e o tratamento normalmente consiste em suspender a substância sensibilizadora.

Segundo o oftalmologista Hilton Medeiros, da Clínica de Olhos Dr. João Eugenio, o primeiro passo a ser tomado em situações como esta é interromper o uso do produto causador da injúria e lavar bem os olhos com água corrente ou filtrada.

“A conjuntivite tóxica causa lacrimejamento aquoso e transparente e não costuma durar muitos dias, com exceção de agentes contaminadores muito fortes que estendem o período da doença”, explica o médico. Além de lacrimejamento, a conjuntivite tóxica costuma deixar os olhos vermelhos e com sensação de areia, o que causar coceira ou dor.

Remoção do agente

A patologia também pode ser causada por drogas, como antivirais e anti-glaucomatosos, colírio medicamentoso, produtos de limpeza, poluentes industriais ou fumaça de cigarro, sabão, sabonetes, spray, maquiagens, cloro e tintas para cabelo.

A remoção do agente causador costuma ser suficiente para sanar o problema. O uso de lágrimas artificiais, preferencialmente sem conservantes, ajuda a aliviar o incômodo. Apenas no caso de infecção periocular por molusco contagioso pode ser necessário fazer cirurgia. “A lesão periocular por molusco contagioso libera proteínas virais para os fórnices conjuntivais, provocando conjuntivite folicular crônica e ceratite corneana ponteada com ou sem infiltrados subepiteliais, sendo necessária a remoção cirúrgica da lesão”, afirma Hilton Medeiros.

A melhor forma de se prevenir da conjuntivite tóxica é evitando o contato de produtos químicos com os olhos. “Quando usar filtro solar ou repelente em spray, por exemplo, proteja os olhos com óculos e sempre lave as mãos depois. Já para produtos em creme ou maquiagem, é necessário enxugar o suor na área dos olhos com lenços descartáveis e lavar a região abundantemente sempre que ocorrer penetração”, orienta o especialista.

O uso de repelentes precisa de cuidados redobrados, pois possuem princípio ativo icaridina, DEEP ou IR 3535, que não devem entrar em contato com os olhos em nenhuma circunstância.

Comentarios fechados.