Uso esporádico pode levar ao vício e aumentar os fatores de risco de doenças como o câncer de pulmão.

Com a chegada do Carnaval, os perigos à saúde relacionados à hábitos nocivos aumentam. Segundo pesquisa realizada pelo Instituto Datafolha, encomendada pela biofarmacêutica AstraZeneca Brasil, 22% dos jovens entrevistados alegam fumar e 18% declararam o uso de cigarros, mesmo que esporadicamente. O índice de fumantes é um pouco mais alto entre os homens do que entre as mulheres (20% ante 15%) e entre os menos instruídos do que entre os mais instruídos (23% ante 12%)[1].
A análise realizada pelo Datafolha também revela que os perigos vão além do cigarro convencional, os dados de consumo de narguilé (10%) e cigarro eletrônico (5%), são bastante relevantes¹. “Criou-se uma crença popular de que os cigarros eletrônicos e os vaporizadores fazem menos mal à saúde, além de serem mais descolados. Mas é importante dizer que, apesar de não haver a combustão química presente no ato de queimar o papel, a inalação ainda faz mal para a saúde dos pulmões”, explica a Dra. Ana Gelatti, vice-presidente do Grupo Brasileiro de Oncologia Torácica.
Ainda segundo a especialista, o jovem está mais suscetível ao uso esporádico de drogas lícitas e é ainda mais compelido ao ato durante épocas como essa: “a folia da data incentivam o consumo de bebida alcoólica, que pode acabar levando ao uso de tabaco”, comenta. A associação dos dois comportamentos não é novidade. Segundo o panorama “Álcool e a saúde dos Brasileiros”, divulgado pelo Centro de Informações sobre Saúde e Álcool (CISA) no último ano[2], diversos fatores estão associados ao consumo pesado de bebida alcoólica — ingestão de 5 ou mais doses em uma única ocasião — e, dentre eles, está o tabagismo.
Estudos apontam que 26,8% dos jovens brasileiros, entre 15 e 19 anos, relatam consumo de álcool no último ano e 32% dos estudantes do país, de 14 a 18 anos, dizem ter passado por eventos de consumo pesado de bebida alcoólica em 2018, segundo o panorama do CISA². Além disso, a última edição da Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar mostrou que a idade média do primeiro consumo de álcool é de 12,5 anos, estando sempre relacionado à adoção precoce ao fumo².
“Se expor ao tabaco tão jovem, ainda que esporadicamente, aumenta a probabilidade do hábito, tido como ato para diversão, se transformar em vício”, comenta a Dra. Ana Gelatti, vice-presidente do Grupo Brasileiro de Oncologia Torácica. Segundo o Levantamento Nacional de Álcool e Drogas, entre os adultos fumantes, a média de idade de experimentação do tabaco foi de 16,5 anos, sendo ligeiramente maior entre os entrevistados do sexo feminino (16,7) do que masculino (16,2)[3]. “Além disso, vale lembrar que a exposição, passiva ou ativa; eventual ou continuada, ao tabaco aumenta as chances do câncer de pulmão”, recorda a especialista.
Relação câncer de pulmão e tabaco
Apesar da poluição e exposição a agentes químicos, infecções pulmonares de repetição e fatores genéticos e história familiar[4] serem fatores de risco importantes para o câncer de pulmão, o tabagismo continua sendo a principal causa.
Conforme explica Dra. Ana Gelatti, a ação do cigarro ocorre de forma simples, porém rápida e avassaladora. “Assim que se coloca o cigarro na boca e aspira a fumaça, esta alcança os pulmões. De lá, a nicotina passa rapidamente para a circulação sanguínea, espalhando-se pelo corpo inteiro até chegar ao cérebro, onde exerce sua ação aditiva”. Ainda segundo a especialista, a melhor maneira de controlar as doenças e os impactos negativos à saúde causados pelo cigarro é parar de fumar. “Por isso, se faz importante a promoção de conhecimento durante épocas como o carnaval, em que o consumo de bebida e tabaco aumenta significativamente”, comenta.
A importância da conscientização
Para Marlene Oliveira, presidente e fundadora do LAL, o desconhecimento ainda é uma barreira na descoberta e consequente cura do câncer de pulmão. “A maioria da população não está familiarizada com o assunto e, por isso, não é capaz de reconhecer os sintomas — que são muito sutis. Por isso, as pessoas não se preocupam em realizar exames periódicos para detecção da doença, que age silenciosamente e pode ser fatal”, diz ela.
Referências
[4] http://www.inca.gov.br/tipos-de-cancer/cancer-de-pulmao
[3] http://inpad.org.br/wp-content/uploads/2014/03/Lenad-II-Relat%C3%B3rio.pdf
[2] Panorama “Álcool e a saúde dos Brasileiros” – Centro de Informações sobre Saúde e Álcool (CISA), 2019 – http://cisa.org.br/images/upload/Panorama_Alcool_Saude_CISA2019.pdf
[1] Pesquisa Datafolha, encomendada pela AstraZeneca. Finalizada em julho de 2019
#AstraZeneca #Datafolha #narguile #LAL #CISA #cigarro #GrupoBrasileirodeOncologiaToracica









