Ocupação FarOFFa: para pensar futuros

 

Ideias a respeito de falha, gambiarra, cripistemology e trevo-de-quatro-folhas serão debatidas, manufaturadas e remanufaturadas, convergidas e dissipadas; a intenção é lançar caminhos para o futuro, de 24 a 27 de maio de 2021.

Mais de 100 produtores se reunirão para pensar sobre as potências de seus fazeres no contexto atual.

“Para o ser humano, dividir é perda, para as plantas, dividir é multiplicar. Eu quero, para mim, a ética das plantas (…) Essa Ocupação é um mergulho de criação para a produção. É a chance dos produtores se juntarem, num sistema semi-imersivo, e discutir ideias, imaginar possibilidades, caminhos, futuros, pra gente continuar”.

A FarOFFa tem criado, desde 2020, ações de aproximação entre pessoas, desejos, sonhos e ideias. Agora não será diferente, mas o foco está nos produtores culturais, nas convergências entre esses profissionais que vivem fora dos holofotes. A Ocupação FarOFFa acontece no período de 24 a 27 de maio de 2021, nos endereços virtuais Portal MUD e Plataforma Teatro, e é um projeto da Corpo Rastreado contemplado pelo Edital PROAC Expresso Lei Aldir Blanc (Lei 14.017/2020), através do Governo Federal, Governo do Estado de São Paulo, Secretaria de Cultura e Economia Criativa/PROAC.

Ao longo destes quatro dias, mais de 100 produtores se reunirão com seis Provocadores e cinco Dramaturgistas para, através de trocas de ideias, dinâmicas e fóruns, pensar, juntos, sobre as potências de seus fazeres no contexto atual.

A dinâmica diária das manhãs da Ocupação será com os Provocadores abrindo os trabalhos lançando inquietações e estímulos. Na sequência, divididos em salas, os participantes passam a discutir o tema proposto sob o olhar de um/uma dramaturgista, que têm tanto a função de mediador como a de relatar a memória dos encontros: suas presenças nos grupos resultarão em escritos que, longe de serem uma simples relatoria burocrática, constituirão um convite a um novo encontro com o leitor.

À tarde, a Ocupação FarOFFa instala fóruns virtuais, uma reunião de todos os produtores que estiveram nos grupos menores na parte da manhã, para compartilhar as elaborações do dia e dar início às preparações para os trabalhos do dia seguinte.

PONTO DE VISTA CRÍTICO

A escrita como ponto de encontro também será a motivação do trabalho de Fernando Pivotto, crítico que acompanha a Ocupação nos debates e nos fóruns em todos os dias e, a partir deste olhar, vai elaborar um texto a partir da construção coletiva levantada ao longo desta edição.

Perguntas se mostram imperativas nestes tempos: de que modo a produção, a provocação, o dramaturgismo e a crítica se encontram e colaboram para a construção de novas possibilidades de futuro? Estes e outros assuntos são disparadores da Ocupação, que amplia ações de aproximação das edições anteriores da FarOFFa.

“A gente não está visando o resultado final, a gente está mais interessada nessa rede de afetos. Se isso puder gerar algumas alianças, alguns projetos juntos, ótimo; se não, não tem a menor importância, porque o que interessa é a experiência de estar junto e de estar criando um movimento junto” Christine Greiner, provocadora da Ocupação

OS CONCEITOS

A aproximação de pessoas e pontos de vista é um dos motes da Ocupação, mas não o único. A própria curiosidade sobre subverter o conceito de “ocupação”, reunindo produtores, Provocadores e Dramaturgistas nos dois espaços virtuais, o Portal MUD, um mais alinhado à dança e sua memória – MUD significa Museu da Dança – e a Plataforma Teatro – mais afeito a transmissões de espetáculos teatrais – é um dos desafios que motivam este projeto.

Outros conceitos que dão base às fagulhas lançadas pelos Provocadores será a importância de assuntos como a falha – temida no campo artístico e sobretudo pelos produtores, cuja função executiva em espetáculos de dança e/ou teatro é, em grande medida, evitá-la; a gambiarra ou a habilidade de obter bons resultados a partir de pensamentos e técnicas incomuns ou improváveis; a imagem do trevo-de-quatro-folhas, uma “falha” genética que acontece nas plantas da espécie Trifolium, literalmente “três folhas” em Latim, e que simboliza extrema sorte.

Outro termo abordado nesta Ocupação é o cripistemology, que vem sendo bastante investigado por pessoas que “estranham” ou “assombram” as práticas epistemológicas. A palavra creepy em inglês, que é a origem do termo, pode ser traduzida como assustador, esquisito, bizarro. No sentido mais radical, a cripistemology vai desconfiar da própria noção de epistemologia sugerindo que não dá para delimitar teorias do conhecimento. Os pioneiros dessa anti-teoria foram, em sua maioria, pessoas fora dos padrões, consideradas de alguma forma deficientes e fracassadas na sociedade. Nas palavras de Christine Greiner, “pensar a potência a partir do fracasso e da deficiência é o desafio e o charme das epistemologias creepy”.

Subverter as falhas e transformá-las em boa sorte, utilizar o presente para moldar o(s) futuro(s) é o que mobilizará os residentes desta Ocupação, tal qual num processo coletivo de alquimia.

SERVIÇO

Ocupação FarOFFa:

Horário: das 09h às 12h e das 14h às 16h.

Dias e Locais da Ocupação Faroffa:

Dias 24 e 25 de maio – Portal MUD – www.portalmud.com.br

Dias 26 e 27 de maio – Plataforma Teatro – www.plataformateatro.com

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