Cenário macroeconômico reduz expectativa com os negócios e afasta MPIs da recuperação

Previsão dos empresários de melhora nos negócios para o próximo mês teve queda significativa de 54% para 38% entre outubro e novembro.

DIFÍCIL ENCAIXE. O pessimismo das micro e pequenas indústrias para a retomada econômica nos próximos meses se mantem elevado pelo quarto mês consecutivo.

A combinação de fatores, como a elevação dos custos de produção, alta da inflação, queda no poder de compra e a retração no consumo têm frustrado as expectativas dos empresários das micro e pequenas indústrias em relação ao fim do ano e a retomada dos negócios. A conclusão é da pesquisa Indicador de Atividade da Micro e Pequena Indústria, realizado pelo Datafolha, a pedido do Sindicato das Micro e Pequenas Indústrias do Estado de São Paulo (Simpi). Segundo o estudo, os números de novembro mostram queda no otimismo e piora no cenário macroeconômico. Para os empresários, a previsão de melhora no próximo mês diminuiu significativamente, passando de 54% para 38%, enquanto a expectativa de piora nos negócios saltou de 9% para 14%.

O pessimismo das micro e pequenas indústrias para a retomada econômica nos próximos meses se mantem elevado pelo quarto mês consecutivo, com 54% dos empresários percebendo a crise ainda forte e afetando muitos os negócios. Para 42%, a crise está mais fraca, mas ainda afeta os negócios. Apenas 3% não sentem mais os efeitos da crise nos negócios.

De acordo com a pesquisa, a expectativa negativa das micro e pequenas indústrias com relação à situação econômica do país nos próximos meses passou de 26% para 32% entre setembro e novembro. Para 31% dos empresários, o cenário fica como está e 36% acreditam que vai melhorar. Quando consultada sobre a expectativa da situação econômica das micro e pequenas indústrias para o próximo mês, a previsão de melhora nos negócios caiu de 53% para 47%, de acordo com a pesquisa.

CENÁRIO PROLONGADO DE ALTA DE PREÇOS

Pelo décimo mês seguido, o Índice de Custos das micro e pequenas indústrias fica abaixo de 100 pontos, refletindo o longo período de alta nos custos de produção. Em novembro, o resultado ficou em 70 pontos, ainda mais baixo do que os 74 pontos do mês anterior.

REFLEXO NO FLUXO DE CAIXA

De acordo com a pesquisa, o pessimismo dos empresários tem como base a situação financeira das micro e pequenas indústrias. O gráfico a seguir mostra que 43% têm capital de giro insuficiente ou muito pouco. Para 46% é exatamente o que precisa. Apenas 10% está com capital de giro mais do que suficiente.

O reflexo disso é a busca por crédito. A pesquisa indica que o uso de cheque especial passou de 12% para 17% entre outubro e novembro. O empréstimo pessoa física ou jurídica foi a saída encontrada por 11% das micro e pequenas indústrias.

DESEMPREGO SEGUE ELEVADO

Os últimos meses do ano historicamente são de economia aquecida, com abertura de vagas temporárias de trabalho e aumento das vendas por conta das festas de fim ano. No entanto, a pesquisa mostra que 2021 será diferente, já que as micro e pequenas indústrias devem permanecer com nível baixo de satisfação (109 pontos) em relação aos negócios, semelhante ao cenário de 2019 (107 pontos), ou seja, bem ruim. Enquanto isso, a expectativa de alta no desemprego entre as micro e pequenas indústrias subiu de 30% para 37%, entre setembro e novembro.

Para o presidente do Sindicato da Micro e Pequena Indústria no Estado de São Paulo (Simpi), Joseph Couri, a pesquisa aponta para mais um período de retração nos negócios, contrariando as expectativas de aumento na demanda por conta do fim de ano. A ameaça de uma nova onda de contaminação por covid-19 e a preocupação com o possível retorno das restrições sanitárias tem afetado a economia e refletido diretamente a maioria dos segmentos de produção. “A busca por crédito e a queda no otimismo dos empresários evidenciam uma crise ainda forte e longe de acabar para as micro e pequenas indústrias. Ao contrário do que se esperava, o final do ano não trará o respiro nas contas para as empresas, comprometendo o fluxo de caixa e, consequentemente, a geração de emprego e renda, além de reduzir ainda mais o poder de compra das pessoas e elevar a inflação. Um círculo vicioso”, define Couri.

METODOLOGIA DA PESQUISA

O Indicador de Atividade da Micro e Pequena Indústria de São Paulo, encomendado pelo Simpi e efetuada pelo Datafolha, é reconhecido como antecipador de tendência. É importante salientar que 42% das MPI’s de todo Brasil estão em São Paulo.

A coleta de dados ocorreu de 19 a 30 novembro 2021. A íntegra das pesquisas anteriores, desde março de 2013, está disponível no site (http://www.simpi.org.br).

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