Para cientista que há mais de 10 anos coordena pesquisas sobre o mosquito Aedes aegypti, Fernando Kreutz, a publicação é mais um elemento que reforça a necessidade de intensificação das medidas preventivas.

Uma das maiores publicações científicas do mundo, a revista Nature, dedicou parte da sua última edição para tratar do vírus Zika. Intitulada “Zika deve continuar a ser uma alta prioridade”, o texto aborda os resultados obtidos pelo Centro de Controle e Prevenção de Doenças – agência do Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos Estados Unidos -, que concluiu que a doença está relacionada aos casos de microcefalia.
A revista científica lembrou da proximidade dos Jogos Olímpicos do Rio, e citou que o Brasil tem uma quantidade considerável de pesquisa, mas que isso não é motivo para complacência. De acordo com a publicação, muita pesquisa ainda deve ser feita, já que existem mais perguntas sem respostas do que aquelas que já foram respondidas. “As perguntas vão seguir e a comunidade de pesquisa e financiadores devem continuar a persegui-los”, afirma a matéria.
Para o cientista, que há mais de 10 anos coordena uma equipe de pesquisadores focada no controle e diagnóstico de doenças transmitidas pelo Aedes aegypti, Fernando Kreutz, a notícia vai ao encontro do alerta da Organização Mundial da Saúde (OMS) de que o vírus zika pode se espalhar pela Europa, à medida que o clima no continente começa a esquentar nos próximos meses. “Todos os países estão emitindo alertas porque sabem da gravidade do assunto. Por aqui, ainda não estamos dando atenção devida ao zika e suas consequências conhecidas e desconhecida”, avalia o médico e professor da PUCRS.
Kreutz vem constantemente alertando sobre a necessidade de intensificação das medidas de prevenção porque prevê novas alterações do vírus, ainda não perceptíveis. “Para isso é preciso investimento e vontade para reverter essa situação de risco que o país vive”.









