WorldSkills fortalece agenda da Educação Profissional do Brasil e no mundo

A maior edição já realizada do torneio internacional de educação profissional também promove o debate sobre o tema, considerado determinante para a competitividade das empresas.
 
Fresagem a CNC, na qual o catarinense Alef Scholze representa o Brasil, é uma das 50 ocupações em disputa. (Foto: Ivonei Fazzioni)
A maior das edições já realizadas da WorldSkills Competition, em andamento na cidade de São Paulo até o próximo domingo, é também uma grande vitrine da educação profissional no Brasil e no mundo. O evento ocorre em um período em que os países ampliam o debate sobre a educação profissional, considerada fator de competitividade das economias. Nesta sexta-feira, por exemplo, em atividade paralela, 20 ministros e vice-ministros de países como Brasil, África do Sul, Índia, Suíça, Malásia e Bielorrúsia e cerca de 40 reitores de institutos federais de tecnologia brasileiros discutiram estratégias de promoção do ensino técnico e profissional. 

A 43ª WorldSkills reúne 1,2 mil estudantes de 59 países. Eles buscam um lugar no pódio em 50 ocupações, em disputas que envolvem a realização de atividades próprias de cada profissão. Dos 56 integrantes da delegação brasileira, seis são de Santa Catarina.

“A Educação Profissional é que vai dar condições para o Brasil se transformar e ser uma nação mais desenvolvida. E a competitividade não decorre apenas da capacitação técnica para a execução de atividades ou operação de equipamentos”, afirma o presidente da FIESC, Glauco José Côrte. E ele dá o exemplo: “As pessoas que passam por cursos profissionalizantes também trabalham com mais segurança, pois compreendem e respeitam melhor as normas. Por isso, de maneira mais ampla, o presidente da FIESC defende que, mais do que bons profissionais, é preciso formar bons cidadãos.”

“Ampliar a educação profissional é melhorar a oportunidade de os jovens se inserirem no mundo do trabalho”, afirma o diretor geral do SENAI Nacional, Rafael Lucchesi. Além disso, ressalta, o tema “é uma agenda importante para a competitividade das indústrias e para a geração de riqueza social”. Segundo Lucchesi, menos de 10% dos jovens brasileiros passam por cursos de educação profissional, enquanto a média dos países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) é superior a 50%. “Isso gera impacto negativo na produtividade do País”, alerta.

O diretor regional do SENAI/SC, Jefferson de Oliveira Gomes, salienta que as empresas investiram fortemente em bens de capital, mas elas têm dificuldades de encontrar profissionais capacitados a operar esses equipamentos. Para Jefferson, o mundo do trabalho demanda profissionais com algumas capacidades específicas. “Primeiro que tenham uma capacidade técnica profunda a respeito de um determinado assunto”. A segunda característica citada pelo diretor regional do SENAI/SC é a atuação em equipe. “As empresas precisam que seus profissionais tenham facilidade de associação com outras pessoas, outros pensamentos, diferenças, igualdades e complementaridade a respeito de assuntos técnicos e pessoais”, diz. Outra demanda é de pessoas que compreendam todos os elementos e o contexto dos diversos assuntos. “Não basta saber usar um equipamento, mas é preciso saber quem são os melhores fabricantes”, exemplifica. Por fim, Jefferson salienta a “capacidade de experimentação, de arriscar, respeitando as normas”. 

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