Dor no cóccix afeta 5 vezes mais mulheres que homens

Traumas durante o parto e quedas são principais causas.

O cóccix é um osso localizado na última parte da coluna vertebral. Muito pouco lembrado pela população em geral, já que os problemas da coluna ou até mesmo as dores na região das costas são mais comuns na parte lombar e cervical (meio das costas e pescoço). Entretanto, segundo dados da literatura, cerca de 1 a 2% da população mundial sofre com a coccigodinia, ou seja, com quadros de dores crônicas no cóccix.

De acordo com o neurocirurgião Dr. Iuri Weinmann, especialista em Medicina da Coluna e em Cirurgia Endoscópica da Coluna Vertebral, o cóccix participa de muitos movimentos da vida diária, como o da defecção. “Outra função importante é funcionar com uma espécie de ‘amortecedor’ quando estamos sentados. Ao sentarmos, é realizada uma compressão na parte posterior do cóccix, que se move para frente”, explica o especialista.

Traumas na região são principais causa de dor

A dor crônica no cóccix pode ter várias causas. “A principal são traumas, como cair sentado, por exemplo. Isso pode levar a fraturas, torções ou luxações neste osso, que são de difícil resolução. Há ainda causas congênitas, quando a criança nasce sem a curvatura anterior. Cisto pilonidal, cisto aracnoide e lipoma (espécie de nódulo fibrogorduroso) também são causas comuns desta condição”, explica Dr. Iuri

“Devemos lembrar ainda das dores relacionadas às raízes nervosas, plexos ou nervos periféricos localizados próximos ao cóccix. Tumores, inflamações e traumas durante o parto também podem levar ao problema”, cita o especialista.

Ficar sentado por longos períodos agrava a dor

Em algumas pessoas, a dor pode aparecer e desaparecer de forma espontânea. Entretanto, é comum encontrar quadros crônicos de dor no cóccix.

“Pessoas que ficam muitas horas sentadas podem sentir dor de forma mais crônica. Em mulheres, pode haver piora do quadro no período pré-menstrual e durante a menstruação. Outras podem sentir dor no momento da defecção ou ainda durante as relações sexuais, por exemplo”, comenta Dr. Iuri.

Segundo um estudo, exames de radiografia mostram que metade dos pacientes apresenta alterações na mobilidade do cóccix. Uma das possíveis causas apontadas pelos pesquisadores são as mudanças do padrão de deslocamento do osso quando a pessoa se senta, especialmente em obesos. A outra hipótese é a alteração do padrão de flexão do cóccix.

Estresse pode levar à dor

Nem todos os casos de dor no cóccix têm a origem esclarecida. Mas, alguns estudos mostram que a dor pode ter relação com o estresse e afeta, de forma frequente, pessoas com diagnóstico de depressão.

Infiltrações com corticoide apresentam bons resultados

O diagnóstico pode ser feito por um neurocirurgião especialista em medicina da coluna. “Iremos avaliar várias possibilidades. Serão solicitados exames de imagem como raio-X, tomografia e ressonância magnética da região.

“Durante o exame clínico, levantamos todas as informações que podem esclarecer a origem da dor, incluindo traumas, cistos e até mesmo histórico de estresse e depressão”, diz Dr. Iuri. Também são excluídas outras doenças sistêmicas que podem causar a dor.

O tratamento da dor crônica no cóccix quase sempre é conservador. “O paciente é orientado a fazer fisioterapia, usar almofadas para aliviar a tensão na região, assim como podem ser prescritos medicamentos anti-inflamatórios e analgésicos. Quando não há melhora, podemos fazer infiltrações no local com corticoides, excelentes para diminuir a inflamação e a dor. A melhora do quadro com essa terapia pode variar de 60 a 85%”, cita Dr. Iuri.

Necessidade de cirurgia é rara

A cirurgia só é indicada quando o paciente não melhora com nenhum outro tratamento. Outra indicação é quando a dor é incapacitante. A cirurgia, chamada de coccigectomia e consiste na remoção total ou parcial do cóccix. Quando bem indicada, atinge bons resultados, reduzindo a dor e melhorando a qualidade de vida do paciente”, encerra Dr. Iuri.

#IuriWeinmann #MedicinadaColuna #coccix 

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

*