USP: neurocirurgia minimamente invasiva usa smartphones como novo equipamento seguro e eficiente

A qualidade das imagens obtidas com o smartphone foi suficientemente alta para fornecer informações adequadas aos neurocirurgiões.

Os avanços em vídeo e fibra óptica desde a década de 1990 levaram ao desenvolvimento de vários neuroendoscópios de alta definição comercialmente disponíveis. Esta melhoria tecnológica, no entanto, foi ultrapassada pela revolução dos smartphones. Com a crescente integração da tecnologia de smartphones em cuidados médicos, a introdução desses dispositivos de comunicação computadorizados de alta qualidade e com câmeras digitais incorporadas oferece novas possibilidades em neuroendoscopia.

O objetivo deste estudo, coordenado por médicos da Universidade de São Paulo (USP) e publicado no periódico Journal of Neurosurgery, foi investigar a utilidade da integração do smartphone-endoscópio na realização de diferentes tipos de neurocirurgia minimamente invasiva.

Os autores apresentam uma nova ferramenta cirúrgica que integra um smartphone com um endoscópio por meio de um adaptador especialmente concebido, eliminando assim a necessidade do sistema de vídeo habitualmente usado para endoscopia. Os autores utilizaram este novo sistema combinado para realizar cirurgias minimamente invasivas em pacientes com vários distúrbios neuropatológicos, incluindo cavernomas, aneurismas cerebraishidrocefaliahematomas subduraishematomas contusivos e hematomas intracerebrais espontâneos.

O novo sistema endoscópico com integração de smartphones e endoscópios foi utilizado pelos autores no tratamento cirúrgico minimamente invasivo de 42 pacientes do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo. Todos os procedimentos foram realizados com sucesso e não foram observadas complicações relacionadas ao uso do novo método.

A qualidade das imagens obtidas com o smartphone foi suficientemente alta para fornecer informações adequadas aos neurocirurgiões, pois as câmeras de smartphone podem gravar imagens em alta definição ou resolução de 4K. Além disso, como a tela do smartphone se move junto com o endoscópio, a mobilidade cirúrgica foi aprimorada com o uso desse método, facilitando o uso mais intuitivo. De fato, essa mobilidade aumentada foi identificada como o maior benefício do uso do sistema smartphone-endoscópio em comparação com o uso do neuroendoscópio com o conjunto de vídeo padrão.

Concluiu-se que abordagens minimamente invasivas são a nova fronteira em neurocirurgia e que inovação e integração tecnológica são cruciais para o progresso contínuo na aplicação dessas técnicas. O uso de smartphones com endoscópios é um novo método seguro e eficiente de realizar neurocirurgia endoscópica, ele pode melhorar a mobilidade do cirurgião, reduzir os custos dos equipamentos usados em neurocirurgia, além de ser possível gravar e transmitir em tempo real as imagens do procedimento realizado, via wi-fi ou bluetooth.

Fontes: Journal of Neurosurgery, publicação online de 13 de março de 2018news.med.br

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