Secretaria apresenta na Fispal estudo para quebrar preconceitos contra alimentos processados

A palavra de ordem é informar o consumidor para que ele não se deixe levar por modismos, estudos não muito confiáveis ou por dicas de amigos não especializados em nutrição.
A palavra de ordem é informar o consumidor para que ele não se deixe levar por modismos, estudos não muito confiáveis ou por dicas de amigos não especializados em nutrição.
Por Hélio Filho – Comunicação/SAA
 

A Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo apresentou na manhã desta terça-feira, 23, na abertura da Fispal Tecnologia – 31ª Feira Internacional de Processos, Embalagens e Logística para as Indústrias de Alimentos e Bebidas, em São Paulo, uma prévia de seu estudo “Brasil Processed Food 2020 – A Importância dos Alimentos Processados para a Sociedade Brasileira”. A pesquisa da Secretaria realizada por meio do Instituto de Tecnologia de Alimentos (Ital), da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (Apta), tem como objetivo responder com informação os ataques sofridos pelos alimentos processados – considerados vilões da vida saudável.

A pesquisa é dividida em três partes: “Importância dos alimentos processados para a sociedade”, falando sobre a relevância da ciência e tecnologia de alimentos e mostrando a importância da qualidade, segurança, conveniência e saudabilidade dos processados. Na segunda parte, o Instituto aborda os “Instrumentos de estímulo e suporte à inovação em alimentos e bebidas”, como aperfeiçoamento do sistema regulatório, linhas de fomento e recursos para inovação tecnológica e integração entre indústria e instituições de pesquisa.

O estudo é encerrado com os “Módulos executivos”, destacando o fomento à pesquisa, desenvolvimento e inovação tecnológica para o setor, além de formação profissional, cooperação internacional e comunicação. Com o aval de 29 profissionais da área divididos em comitê técnico-científico e grupo auxiliar de instituições setoriais, o “Brasil Processed Food 2020” propõe ainda um Plano Nacional para a Indústria de Alimentos e Bebidas.

A palavra de ordem é informar o consumidor para que ele não se deixe levar por modismos, estudos não muito confiáveis ou por dicas de amigos não especializados em nutrição. “A alimentação com qualidade é uma grande preocupação do governador Geraldo Alckmin e de nós da Secretaria. O alimento processado pode e deve ser muito saudável, justamente pelo cuidado no processamento e distribuição”, pontuou o secretário de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, Arnaldo Jardim, na abertura da Fispal, evento considerado por ele como “uma ótima oportunidade de reunir os elos da cadeia produtiva”.

Responsável por um total de US$ 35 milhões anuais na balança comercial brasileira e dois milhões de empregos diretos, o setor de alimentos processados quer se defender do que considera um bombardeio contra sua produção. “A resposta é compartilhar o conhecimento, temos que derrubar esses mitos e preconceitos”, pede Marco Basso, presidente da BTS Informa, organizadora do evento, que neste ano conta com cerca de 85 expositores de 12 países.

Verdades e mentiras

O estudo “Brasil Processed Food 2020” é uma fonte confiável de informação ao público, ao contrário do principal problema identificado pela pesquisa: o ‘boca a boca’ muitas vezes sem a competência técnico-científica. Um dos principais mitos derrubados pela iniciativa do Ital é que o nível de processamento de um alimento influencia na qualidade da dieta, quando na verdade é o consumo de tipos específicos de alimentos que enriquecem a nutrição.

Um dos obstáculos apontados é o modismo lançado por capas de revistas baseadas em estudos sem conhecimento científico confiável, aqueles que de tempos em tempos tornam algum alimento o novo vilão da saúde humana. “Temos que falar também da responsabilidade social da imprensa em não avalizar todo novo estudo que surge”, destaca Raul Amaral, coordenador técnico da plataforma de inovação tecnológica do Instituto de Tecnologia de Alimentos. Isso porque a informação sem fundamentos prolifera e atrapalha e confunde o processo de decisão do consumidor.

O desejo da cadeia produtiva de alimentos processados é que seu produto chegue às pessoas sem rotulagens, sem a demonização feita contra o setor. “Sem o afã regulatório que muitas vezes não está de acordo com o momento atual da indústria brasileira, que precisa se unir para virar essa página, desmitificar esse tema”, finaliza Alexandre Kruel Jobim, presidente da Associação Brasileira das Indústrias de Refrigerantes e de Bebidas Não Alcoólicas (Abir).

A abertura da 31ª Fispal contou com as presenças do secretário Arnaldo Jardim; dos presidentes da Associação Brasileira das Indústrias da Alimentação (Abia), Edmundo Klotz; da Associação Brasileira das Indústrias de Refrigerantes e de Bebidas Não Alcoólicas (Abir), Alexandre Kruel Jobi; da BTS Informa, Marco Basso; do coordenador da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (Apta), Orlando Melo de Castro; e do diretor geral do Instituto de Tecnologia de Alimentos (Ital), Luis Madi.

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