Pesquisa da ESPM traça o perfil do gamer brasileiro

Mulheres são maioria no segmento de games (53,6%). Smartphones lideram, pelo terceiro ano consecutivo, como principal plataforma de jogos (77,9%). “Fenômeno Pokémon Go” também é visto na pesquisa, impactando 97,6% dos entrevistados.

Mulheres: Respeito pela igualdade e valorização da diversidade.
Mulheres: Respeito pela igualdade e valorização da diversidade.

A Pesquisa Game Brasil está em sua quarta edição, trazendo o cenário atual do mercado de games com diversas abordagens dos hábitos de consumo nas principais plataformas de jogos e com diversos cruzamentos e análises comparativas. Realizada pela SIOUX, agência de tecnologia interativa referência nacional em games e gamificação, pela BLEND NEW RESEARCH, empresa de pesquisa especializada em consumo, e pelo núcleo de Estudos e Negócios em Marketing Digital da ESPM, a PGB2017 é a nova leitura de campo que traça o perfil do gamer brasileiro que contou com o reforço de outros profissionais de mercado e da academia. Este novo painel teve o apoio da empresa Homo Ludens trazendo sua expertise no setor, principalmente na abordagem da psicologia dos gamers.

Seguindo os mesmos processos dos anos anteriores, a pesquisa teve a participação de 2.947 pessoas entrevistadas em 26 Estados e no Distrito Federal, entre os dias 1 e 16 de fevereiro. “Trouxemos novos temas e perspectivas para analisar o ano de 2016 ”, afirma Lucas Pestalozzi, presidente da Blend New Research. Ele destaca o forte apelo que atualmente os jogos têm em quase toda a população e não apenas entre os jovens, e a relação que ele tem com o entretenimento das famílias. “Se por um lado o ano de 2016 foi um ano crítico para a economia brasileira, tivemos alguns fenômenos de consumo, como o Pokémon Go”, afirma Guilherme Camargo, CEO da Sioux e professor de game marketing da pós-graduação da ESPM-SP.

O gamer brasileiro se consolida com o perfil multiplataforma – 74% jogam em mais de um dispositivo. O smartphone continua o mais popular (77,9%), seguido de computadores (66,4%) e consoles (49%). Apesar de toda a popularidade dos jogos, apenas 6,1% dos entrevistados se consideram “hardcore gamers”. A maioria se identifica como um consumidor casual, que utiliza os jogos somente como uma forma simples de entretenimento (54,1%).

O dispositivo preferido para jogar é o smartphone, escolhido por 37,6% dos gamers, seguido de consoles (28,8%) e o computador (26,4%).

A categoria de jogos preferida foi Estratégia (50,9%), seguida de Aventura (45%). Um fato interessante é que esses dois tipos de jogos estão entre os preferidos para ambos os sexos, no entanto, jogos de Ação, Corrida e Esportes marcam presença apenas no Top 5 dos homens, enquanto jogos de Cartas, Match Three e Trívia são aqueles que completam o Top 5 feminino.

Com a mobilidade dos smartphones, 60,7% dos entrevistados afirmam jogar quando estão em deslocamento / trânsito (ônibus, metrô ou carro). Porém, ao contrário das pesquisas anteriores, este não se consagrou como o momento de maior consumo d
Com a mobilidade dos smartphones, 60,7% dos entrevistados afirmam jogar quando estão em deslocamento.

Mobilidade faz a diferença

Há diversos locais onde o consumidor joga. Com a mobilidade dos smartphones, 60,7% dos entrevistados afirmam jogar quando estão em deslocamento / trânsito (ônibus, metrô ou carro). Porém, ao contrário das pesquisas anteriores, este não se consagrou como o momento de maior consumo de jogos, já que 71% dos gamers também afirmaram utilizar o smartphone para jogar em casa.

A PGB2017 tem como objetivo principal buscar conhecimento de mercado para fomentar as atividades de desenvolvimento e comercialização de jogos no país. “O setor luta para se consolidar frente a um cenário adverso. Acreditamos que essas informações podem ajudar todos nós que trabalhamos com games a tomar melhores decisões de negócio” afirma o Prof. Mauro Berimbau, professor da ESPM.

Sim, es mulheres se consolidam no segmento de games: pelo segundo ano consecutivo, elas representam a maioria dos jogadores no país (53,6%). O interessante é observar que games, contudo, não são colocados como prioridade no momento de entretenimento por elas: as jogadoras preferem, antes, ir ao cinema, sair com os amigos e acessar as redes sociais, do que efetivamente jogar. Isto acaba refletindo na definição que elas próprias dão ao seu ato de jogar, definindo-se como “casual gamers” (59%).

A plataforma mobile é a preferida por 53,3% das mulheres para jogar. Como justificativa, apontaram a mobilidade, seguida da praticidade. Além disso, segundo as entrevistadas, um jogo perfeito é aquele que possui “diversas fases, para ir passando de nível”, uma mecânica centrada na “definição de uma estratégia” e um mood “leve, para distrair / passar o tempo”.

Elas também costumam enviar mensagens via apps de comunicação (97,5%), tirar fotos (96,6%) e acessar as redes sociais (96,5%). Já quando falamos das categorias favoritas na plataforma, os gêneros preferidos são: Ação e Aventura (61,9%) e Estratégia (57,1%). Família (54,9%).

familia
A importância dos games na família e no horizonte da vida infantil ganhou destaque na pesquisa.

Jogo em consoles

Entre os consoles, é interessante observar que o videogame preferido é o Xbox 360 (37%). Assim como a média geral, elas costumam jogar entre 1 e 3 horas por semana.

Quando jogam em console, costumam jogar mais socialmente (na companhia de seus amigos em casa) comparado com os homens (71% delas jogam acompanhadas contra apenas 55% dos homens). Para isso, 60% das jogadoras utilizam a opção multiplayer de seus games favoritos. No entanto, ao mesmo tempo em que costumam jogar mais na companhia de outras pessoas, as mulheres não organizam campeonatos caseiros (86% não aderem a essa prática, enquanto 55% dos homens o fazem).

Por fim, para saber as novidades de jogos e aplicativos para comprar e/ou baixar, as mulheres utilizam, principalmente, as redes sociais (50%), os amigos (39%) e o YouTube (34%).

“Ou seja, no que diz respeito a games, assim como deveria ser em todo o resto, as mulheres e os homens são iguais; e devemos valorizar também o que existe de diverso entre eles, como as motivações e comportamento. ”, afirma Lucas Pestalozzi.

Entretenimento no lar – Relação Pais, Filhos e Jogos

Pelo terceiro ano consecutivo, a pesquisa abordou a questão dos jogos relacionados a pais e filhos e consolidou a tendência dos anos anteriores, desmistificando qualquer barreira dessa forma de entretenimento. 85% dos pais entrevistados afirmaram que os filhos jogam algum tipo de plataforma de jogos eletrônicos. Assim como nas pesquisas anteriores, 21% dos pais são totalmente a favor de que seus filhos joguem e 65% gostam do hábito. Porém possuem algumas ressalvas, principalmente relacionada ao tempo que seus filhos passam jogando. Em relação à interação entre pais e filhos, 85,8% têm o costume de jogarem juntos, simultaneamente, em um mesmo dispositivo. Além disso, a importância dos games no horizonte da vida infantil ganhou destaque na PGB2017, sendo que 64% dos pais afirmaram que os jogos são bons para o futuro de seus filhos.

Do total dos entrevistados, 36,4% já assistiram a algum tipo de campeonato de jogos profissionais.
Do total dos entrevistados, 36,4% já assistiram a algum tipo de campeonato de jogos profissionais.

Categoria: Mobile

Das pessoas entrevistadas, 76,1% afirmaram ter o costume de baixar algum tipo de aplicativo de jogos em seu smartphone. Das atividades diárias realizadas, 68,2% enviam mensagens de texto (WhatsApp, Viber, entre outros) e 69,6% acessam redes sociais. Jogar diariamente no celular é hábito de 46,6% dos gamers da amostra.

Baixar apenas jogos gratuitos continua sendo o comportamento da maioria dos jogadores (71,3%). A justificativa principal para nunca ter pago por um jogo, segundo os entrevistados, é o risco de comprar e não gostar do game (46,6%), seguida da existência de opções gratuitas com o mesmo propósito (40,7%). O interessante é observar que cada vez mais consumidores aceitam anúncios publicitários nos games gratuitos, mas não da maneira que estão sendo veiculados atualmente: 76,6% aceitam baixar jogos que tenham propaganda, porém 83,4% acreditam que tais anúncios atrapalham a experiência.

Dos 28,7% que já compraram jogos ou adquiriram itens dentro de games gratuitos, o cartão de crédito é o meio mais popular, utilizado por 58,1% deles, seguido do PayPal (41,9%) e PagSeguro (25,6%).

Categoria: Videogame

Apesar da oitava geração (Xbox One, PS4, Wii U) completar pouco mais de três anos, o Xbox 360 é o console mais popular, utilizado por 44,2% dos gamers, seguido do PlayStation 3 (29,2%) e PlayStation 2 (26,5%). Em termos de preferência o PlayStation 4 assume a liderança com 30,7% dos gamers entrevistados, deixando o Xbox 360 em segundo lugar, com 28,6%, tirando a sua liderança de 2016.

O perfil de compra do gamer desta categoria também trouxe dados interessantes: 67,5% adquirem produtos no varejo brasileiro oficial, 17,3% no mercado paralelo e 9,5% em viagens internacionais. A principal motivação para a compra em uma revenda oficial é a garantia (85,7%). A maioria compra até 3 jogos por ano (62,9%).

Um fator interessante no comportamento de compra é a aquisição de jogos usados, citado por 47,9% dos entrevistados.

A avaliação feita pelos gamers brasileiros dos jogos de console dublados aponta que 45,1% atribuem qualidade boa, 34,9% regular e 15,6% excelente. Da modalidade de jogo preferida, Ação e Aventura obteve 44,3%, seguida de Tiro (31,5%) e Esportes (23,8%).

Categoria: Computadores

Mesmo após quase 8 anos de seu lançamento, o Windows 7 é o segundo sistema operacional mais popular entre os gamers (33,8%), perdendo apenas para o Windows 10 (41,9%). O notebook é o dispositivo onde os gamers brasileiros jogam com maior frequência (63,7%). Segundo os entrevistados, a principal vantagem de se jogar no computador é uma melhor precisão (22,8%), seguida do menor custo da aquisição dos jogos (20,9%).

Quando falamos da aquisição de jogos, constata-se que o varejo online é o principal canal de vendas para jogos de PC (37,7%), seguido do varejo físico (28%) e micro transação dentro do próprio jogo (14,3%). O serviço online Steam foi citado por 11,1% dos gamers.

E-Sports: Enorme potencial, caracterizado pelo interesse em assistir

Com a grande exposição de campeonatos nos últimos anos, a pesquisa buscou entender como os jogadores estão encarando essa modalidade, cada vez mais profissional (o “E-Sport”). A maioria dos gamers nunca participou de um campeonato (61%), 37% já participaram entre amigos e apenas 2% já participaram de um grande, com organização oficial e premiação.

Do total dos entrevistados, 36,4% já assistiram a algum tipo de campeonato de jogos profissionais (comparado aos 26% da pesquisa anterior), sendo 72,1% através da internet, 44,8% pela TV e 18,9% no local do evento. O fato marcante aqui é o de 63,6% dos gamers brasileiros ainda não assistiram campeonatos profissionais.

A audiência de campeonatos profissionais é composta majoritariamente por jovens de 16 a 24 anos (43%), homens (46%). A maioria dos espectadores de E-Sports se consideram como “hardcore gamers” (68%) ou “algo entre casual e hardcore” (50%).

Fenômeno: mais de 17% 17,2% dos jogadores de Pokémon Go gastaram dinheiro dentro do game.
Fenômeno: mais de 17% dos jogadores de Pokémon Go gastaram dinheiro dentro do game.

Hardcore vs. Casual

Aqueles que se definem como “hardcore gamers” são em maioria homens (68%) entre 16 e 24 anos (41%), adoram jogar jogos eletrônicos e de tabuleiro, têm como plataforma preferida o videogame (45%), já assistiram a campeonatos profissionais (68%) e são totalmente a favor de ver seus filhos jogando games (68%).

Enquanto isso, os “casual gamers” são em maioria mulheres (58%), entre 25 e 34 anos (38%), vão ao cinema e saem com os amigos, têm como plataforma preferida o mobile (43%), nunca assistiram a campeonatos profissionais (72%) e até gostam que seus filhos joguem, mas possuem algumas ressalvas quanto a isso (72%).

No segmento mobile, quase metade dos “hardcore gamers” (49%) baixam jogos de suas categorias favoritas (Estratégia, Esportes e Tiro) toda semana. Os “casual gamers”, por sua vez, parecem não mostrar tanto afinco na recorrência dos downloads: apenas 27% baixam jogos em seu smartphone toda semana. Suas categorias favoritas também são distintas: Ação e Aventura, Família e Estratégia.

Já quando falamos de videogames, os “hardcore gamers” são aqueles que preferem o PlayStation 4 (54%), compram seus jogos no varejo digital (43%), costumam jogar online (91%) e jogam mais de 6 horas por semana (34%). Enquanto isso, os “casual gamers” são as pessoas que preferem o Xbox 360 (35%), compram seus jogos no varejo tradicional (54%), não costumam jogar online (52%) e, em uma semana comum, jogam entre 1 e 3 horas (42%).

Marcas do Coração: Preferência Gamer

A pesquisa também identificou a preferência por marcas no segmento de smartphones, consoles e o jogo mais popular entre os entrevistados.

Em mobile, a Samsung lidera com 37%; em consoles, a Sony (PlayStation) está na frente, com 59%; e o jogo com maior popularidade de 2016 foi FIFA.

FIFA vs. PES

De acordo com a pesquisa, FIFA tem a preferência dos gamers brasileiros com 50% vs. 27,7% do PES.

A razão da preferência por uma ou por outra gira em torno, principalmente, da jogabilidade (64,5%), dos times que o jogo possui (44,3%) e do histórico do gamer com a franquia (39,3%).

Fenômeno Pokémon Go

É impressionante o tamanho da mídia espontânea que o game Pokémon Go obteve, fazendo com que 97,6% dos entrevistados já tivessem ouvido falar no jogo. No entanto, sabemos que o caminho entre “ouvir falar” e “jogar” é longo. 48,8% jogaram o game, em sua maioria jovens de 16 a 24 anos.

Apesar da grande cobertura no lançamento, dos entrevistados, 29,1% jogaram por poucos dias, para ver do se tratava. 28,9% afirmaram ter jogado por alguns meses, e 23,7% da amostra disse continuar na jornada de captura dos Pokémons.

Em relação ao ganho financeiro, 17,2% dos jogadores de Pokémon Go gastaram dinheiro dentro do game. Desses, 71,4% afirmaram que tais compras valeram a pena e 70% disseram que gastariam dinheiro novamente no jogo.

Os dados detalhados da pesquisa encontram-se no site oficial: Pesquisa Game Brasil.

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