Mais de 77% dos domicílios estão em segurança alimentar

Ao todo, são 149,4 milhões de brasileiros que não apresentam qualquer restrição alimentar
Ao todo, são 149,4 milhões de brasileiros que não apresentam qualquer restrição alimentar.

Entre 2004 e 2013, subiu de 65,1% para 77,4% o número de domicílios brasileiros em situação de segurança alimentar. O resultado foi apresentado nesta quinta-feira (18) no levantamento suplementar da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) sobre segurança alimentar. A melhoria foi verificada principalmente nos grupos de menor escolaridade, crianças, idosos e pretos e pardos. A PNAD foi realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em parceria com o Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS).
Ao todo, são 149,4 milhões de brasileiros que não apresentam qualquer restrição alimentar ou, pelo menos, preocupação com a possibilidade de ocorrer restrição devido à falta de recursos para adquirir alimentos. O Brasil vive um momento estratégico de redução sistemática da insegurança alimentar. É o oposto do que ocorre em outros países desenvolvidos , destaca a ministra Tereza Campello.

O estudo mostra que, em 2013, a prevalência de domicílios com pessoas em situação de insegurança alimentar grave era de 3,2%, representando cerca de 7,2 milhões de pessoas que passaram, em algum momento nos três meses anteriores à pesquisa, por algum tipo de privação de alimentos, incluindo crianças. Chegamos a um patamar próximo de 3%, que foi o patamar americano no momento onde havia a melhor taxa de segurança alimentar nos EUA medida pelo mesmo tipo de pesquisa , afirma a ministra.

Entre 2004 e 2013, o Nordeste teve o maior percentual de redução da insegurança alimentar grave, com 58% de diminuição. A região também registrou o aumento mais expressivo de domicílios em situação segurança alimentar, passando de 46,4% para 61,9%.

Mapa da fome

 
A insegurança alimentar grave também caiu na área rural – em 2009, era de 7,1% e, em 2013, estava em 5,5%, enquanto no meio urbano reduziu de 4,6% para 2,8%. Em famílias pretas ou pardas, em 2013, a insegurança alimentar foi diagnosticada moderada e grave em 29,8% das famílias. Enquanto, para os brancos, este número foi de 14,4%.

Os dados reforçam a saída do Brasil do Mapa da Fome, segundo relatório da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO), com uma queda de 82% da população de brasileiros considerados em situação de subalimentação entre 2002 e 2013. Utilizando metodologia diferente, a FAO aponta que atualmente apenas 1,7% da população está em insegurança alimentar, cerca de 3,4 milhões de pessoas.

Segundo a FAO, o Brasil conseguiu superar a fome e reduzir a desnutrição a partir de uma estratégia que reuniu: o aumento da oferta de alimentos: em 10 anos, a disponibilidade de calorias para a população cresceu 10%; o aumento da renda dos mais pobres com o crescimento real de 71,5% do salário mínimo e a geração de 21 milhões de empregos; o Programa Bolsa Família que chega a 14 milhões de famílias; a merenda escolar que atende a 43 milhões de crianças e jovens nas escolas; e governança, a transparência e a participação da sociedade, com a recriação do Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea).

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