Existe reumatismo no sangue?

A resposta é não, conforme explica o especialista em Imunologia da Clínica Croce, Dr. Leonardo Oliveira Mendonça.

“Reumatismo é um termo antigo, ainda usado pela população leiga, para descrever um grupo de doenças que acometem o sistema muscular e osteoarticular de origem não traumática. Normalmente, este termo é empregado quando existe alguma doença que acomete a articulação, principalmente a artrite. Contudo, diversas doenças podem se manifestar como artrite. É muito comum o paciente dizer que tem ‘reumatismo no sangue’, quando se refere à febre reumática, uma doença infecciosa das amígdalas que afeta mais as crianças, ou quando tem osteoartrose ou artrite”.

Seis doenças fazem parte do grupo que atinge o sistema muscular e osteoarticular. Conheça abaixo cada uma delas:

Bursite – é a inflamação da bolsa sinovial, uma estrutura cheia de líquido localizada entre um tendão e a pele, ou entre um tendão e o osso, com função de amortecimento, auxílio no deslizamento dos tecidos e sua nutrição.

A causa mais comum de bursite é a repetição de movimentos em determinadas articulações ou posições que possam causar danos às bursas. Isso pode acontecer nas seguintes situações:

– Lançar bolas ou levantar algo sobre sua cabeça repetidamente.

– Apoiar-se nos cotovelos por longos períodos de tempo.

– Ajoelhar-se por muito tempo.

– Ficar muito tempo sentado, principalmente em lugares pouco confortáveis e com superfícies duras.

– Alguns bursas, como no joelho e cotovelo, ficam logo abaixo da pele. São esses os locais do corpo com maior risco de traumas que podem ocasionar a bursite.

“O primeiro passo para o tratamento envolve, basicamente, algumas medidas constantemente sugeridas por médicos, como repouso, aplicação de gelo no local da lesão e o uso de analgésico para a dor. Dependendo do paciente, essas medidas bastam para tratar a bursite. Mas caso elas não sejam suficientes, o médico pode oferecer outras formas de tratamento”, explica o especialista da Clínica Croce.

Artrite – A artrite reumatoide é uma doença autoimune, quando o corpo produz um anticorpo contra a ‘capinha’ da articulação. “Os sintomas são dores nas articulações, principalmente das mãos, que é pior no período da manhã, conhecida como rigidez matinal. Ela é causada por alterações genéticas em alguns compartimentos do sistema imunológico”, explica Dr. Leonardo.

O tratamento pode ser com medicamentos ou não. O medicamentoso é à base de imunossupressor e medicações que diminuam as atividades imunológicas. Os tratamentos não medicamentosos são mudanças de alguns fatores que podem piorar as lesões das articulações, como evitar o tabagismo, fazer exercício físico, fisioterapia e, às vezes, é necessário aplicar injeção de corticoide dentro das articulações. Só o especialista é capaz de determinar o melhor tratamento a seguir.

Fibromialgia – quando a pessoa começa a desenvolver dores difusas pelo corpo, com alterações do sono e também alterações psiquiátricas. Normalmente há depressão associada. Esta doença não tem uma causa conhecida ainda.

O tratamento é feito com medicamentos psiquiátricos associados à mudança de estilo de vida, como evitar o tabagismo, fazer exercícios físicos, praticar yoga e outras medidas que melhorem a autoestima e a recuperação do sistema imunológico.

Lúpus – É uma doença autoimune que que faz com que o corpo não reconheça as próprias células, destruindo-as. Os sintomas podem surgir em vários locais do corpo, como na pele, lesões e manchas da face, conhecida como lesão de asa de borboleta. Pode ser na articulação (artrite), no rim (nefrique), no sistema imunológico (com manifestação psiquiátrica) e no sistema hematológico (anemia autoimune).

“O exame para triar e diagnosticar é o FAN, que precisa ser muito bem interpretado. O tratamento também é com imunossupressor e uso de corticoides para poder baixar as atividades do sistema imunológico”, explica Dr. Leonardo.

Gota – É um defeito no metabolismo do ácido úrico. Como ele tem uma forma de depósito gravitacional, é mais comum se acumular nas juntas dos membros inferiores. Por isso que, geralmente, as crises de gota estão relacionadas à artrite, uma inflamação das articulações no pé. As causas são diversas, desde excesso de bebida alcoólica ou doenças genéticas que levam à gota, até doenças metabólicas como diabetes, hipotireoidismo, pressão alta. O tabagismo também favorece a alteração do metabolismo e o excesso de ácido úrico.

Medicamentos que diminuam a quantidade de ácido úrico livre no plasma e façam excretar o ácido úrico no rim ou no intestino são utilizados para o tratamento da doença.

Lombalgia – não é uma doença e sim um sintoma. Significa dor na coluna lombar, ou seja, é aquela dor na parte de trás da coluna que pode ser de diversas etiologias e causas. Desde uma doença inflamatória chamada espondilite anquilosante até uma dor muscular que reflete como uma dor lombar.

A lombalgia sistêmica apresenta alguns sinais de alerta, que faz a pessoa despertar com dor na madrugada e acordar pior, além de apresentar perda de peso e olhos vermelhos associados.

Mas a lombalgia é sintoma de outras causas, como carregar o peso errado e hérnia de disco. Por isso é importante uma avaliação medica especializada.

Osteoporose – é um defeito no metabolismo ósseo, que faz o osso ficar mais fraco com facilidade de fratura. A osteoporose pode ser primária, quando não tem nenhuma condição que justifica o osso fraco, ou secundária, que pode surgir em decorrência da menopausa, uso de corticoide e várias outras condições. Ela também pode ter causa genética.

Ingestão de cálcio e vitamina D fazem parte do tratamento. A exposição ao sol também é importante para pessoas com osteoporose, já que há o aceleramento dessa vitamina, que na verdade é um hormônio”, finaliza a explicação o especialista da Croce.

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