400 pipas com contos de importantes autores brasileiros são soltas no Morro Santa Marta, no Rio de Janeiro, para estimular o hábito de ler

Ação do Instituto Pró-Livro, em parceria com a Salles Chemistri, leva obras de autores como Ana Maria Machado, Benedito Ruy Barbosa, Pedro Bandeira e Ziraldo aos céus do Morro Santa Marta. 
Ação do Instituto Pró-Livro, em parceria com a Salles Chemistri, leva obras de autores como Ana Maria Machado, Benedito Ruy Barbosa, Pedro Bandeira e Ziraldo aos céus do Morro Santa Marta.

Ler faz a imaginação voar. E no mês em que se comemora a leitura infantil, o Instituto Pró-Livro (IPL) e a agência Salles Chemistri promovem a campanha “Céu de Histórias”, que divulga contos de grandes nomes da nossa literatura de forma lúdica e inovadora. 

A iniciativa tem como ponto de partida uma ação realizada com aproximadamente 250 crianças na comunidade Santa Marta, no Rio de Janeiro. Lá, neste mês, foram distribuídas mais de 400 pipas com contos e fragmentos de obras de importantes autores nacionais, como o escritor e cartunista Ziraldo, o novelista Benedito Ruy Barbosa, e os escritores Pedro Bandeira, Ana Maria Machado, Roseana Murray, Silvia Orthof e Leo Cunha. 

Os 11 modelos de pipas com diferentes ilustrações foram criados em parceria com alguns dos principais estúdios do Brasil, o que tornou os textos ainda mais atraentes. Essas pipas invadiram e coloriram o céu da comunidade, estimulando as crianças a pegarem as que tinham suas linhas cortadas para que tivessem a chance de ler as histórias que elas traziam. 

Menino Maluquinho

Uma dessas crianças foi Alisson Patrick Cardoso Dias, de 12 anos. Morador da comunidade, o aluno do 6º ano do Ensino Fundamental achou “muito maneiras” as pipas com trechos de livros. “Costumo ir na biblioteca olhar os livros. Se acho maneiro, pego para ler”. Ele se interessou particularmente pela pipa com trechos do Menino Maluquinho. “Acho que esse livro pode ser legal, talvez eu leia”, afirmou. 

Alicia Vitória, de 8 anos, que cursa o 3º ano do Ensino Fundamental, também foi uma das crianças da comunidade que apanhou uma pipa. “Geralmente, só leio o livro que o colégio manda. E só pego um livro para ler quando não tenho nada para fazer”, contou ela, afirmando que se interessou em ler as histórias estampadas e que ficou curiosa para ler os “livros da pipa” por inteiro. 

Todo esse momento mágico foi registrado em um vídeo que pode ser acessado aqui: http://migre.me/pACnt. Já no site oficial da campanha (www.ceudehistorias.com.br) é possível imprimir a própria pipa, conhecer todos os textos e as ilustrações divulgadas e apoiar a ação. 

Céu de Histórias

“A pipa é um dos principais passatempos das crianças em comunidades carentes. Nossa ideia foi trazer histórias para serem lidas em pipas empinadas por diversas dessas crianças, incentivando a leitura e despertando uma representação positiva e prazerosa em relação ao livro e a literatura”, comenta Antonio Luis Rios, presidente do IPL. “O ‘Céu de Histórias’ presenteou as crianças – em alguns casos pela primeira vez — com um pouco de literatura”, diz Zoara Failla, organizadora do livro Retratos da Leitura no Brasil, do IPL. “O gosto pela leitura, como toda paixão, é algo que precisa ser ‘conquistado’ ou ‘seduzido’”, conclui. 

Antonio Luiz Rios destaca a importância da campanha e das parcerias, afirmando que ações como essa devem ser estimuladas, pois promovem a leitura espontânea. Citando as informações da pesquisa Retratos da Leitura no Brasil, desenvolvida pelo instituto, ele ressalta que a pesquisa revela que 88% dos leitores informaram que ganhar livros foi importante para despertar o gosto pela leitura, enquanto 87% dos não leitores afirmaram que nunca ganharam um livro. Toda a ação voltada a despertar o interesse pela leitura de literatura e valorizar o livro são importantes para reverter os baixos índices de leitura do brasileiro. Ele informa que, segundo a pesquisa, que tem amplitude nacional, as crianças leem principalmente para cumprir uma exigência escolar. Na faixa etária de 5 a 13 anos leu-se em média, em um período de três meses, 3.2 livros. Destes 2.4 foram indicados pela escola. 

Segundo ele, também, a escolha do Rio de Janeiro coincide com um dado que chama a atenção nessa pesquisa. A cidade está compreendida na região sudeste do Brasil que, apesar de ter o maior público consumidor editorial do Brasil, tem a menor concentração de leitores na faixa entre 5 a 10 anos e de 11 a 13 anos. “É nesta fase que conseguimos estimular com maior intensidade o gosto pela leitura, tanto que em nosso levantamento, os entrevistados que se disseram leitores afirmaram que os professores e as mães foram seus principais influenciadores”.

 

Serviço: www.prolivro.org.br

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